Projeto em Arroio do Sal, Porto Meridional, movimentará até 50 milhões de toneladas por ano, fortalecerá infraestrutura logística e impulsionará a economia do estado
O projeto do Porto Meridional, localizado em Arroio do Sal, no Rio Grande do Sul, segue avançando com o processo de licenciamento ambiental e já tem previsão de início das obras para 2026. Com um investimento estimado em bilhões de reais, a construção do porto promete transformar a infraestrutura logística da região, gerar mais de 7 mil empregos e movimentar até 50 milhões de toneladas de cargas por ano.
A DTA Engenharia, responsável pela assessoria ambiental do projeto, elaborou o estudo ao longo de um ano, com coletas de dados entre setembro de 2023 e setembro de 2024. Segundo Daniel Kohl, coordenador de contratos do Porto Meridional, o levantamento analisa fatores como impacto de vizinhança, supressão da vegetação e mudanças na dinâmica dos sedimentos marinhos, pontos de grande preocupação ambiental.
Impactos ambientais e mitigações no Porto Meridional
O EIA-RIMA detalha os impactos potenciais e as soluções propostas para minimizar efeitos no ecossistema local. Segundo os responsáveis pelo estudo, não há obstáculos intransponíveis, e as medidas mitigatórias já foram incorporadas ao projeto. Entre as ações previstas estão:
- Brado anuncia investimento de R$ 260 milhões em terminais ferroviários até 2030 para ampliar eficiência logística
- Porto de Roterdã lança sistema de energia em terra para navios de cruzeiro e se adianta às exigências da UE para 2030
- Porto de Vitória recebe dragagem para manter operações em capacidade máxima
- Porto de Paranaguá bate recorde na movimentação de fertilizantes com navio Red Marlin
- Recuperação de áreas degradadas;
- Monitoramento da fauna e flora;
- Controle de assoreamento e erosão costeira;
- Planos de compensação ambiental para minimizar o impacto no bioma local.
Especialistas apontam que a maior preocupação no Porto Meridional está na interferência na dinâmica dos sedimentos marinhos e na possível alteração do ecossistema costeiro. No entanto, a equipe técnica garante que as soluções desenvolvidas são eficazes e economicamente viáveis.
Próximos passos do projeto
Agora, o Ibama tem um prazo inicial de 30 dias para avaliar se o documento responde a todas as questões técnicas. Caso não haja pendências, o próximo passo será a realização de uma audiência pública, onde a comunidade poderá apresentar sugestões e preocupações.
Se a análise for favorável, será emitida a Licença Prévia (LP), atestando a viabilidade ambiental do projeto. A partir disso, terá início o processo para obtenção da Licença de Instalação (LI), prevista para ocorrer em até seis meses, autorizando o início das obras. Com isso, a construção do Porto Meridional poderá começar no segundo semestre de 2026.
Impacto econômico e geração de empregos
Com uma área total de 80 hectares, o Porto Meridional tem potencial para movimentar até 50 milhões de toneladas de cargas por ano, tornando-se um dos principais polos logísticos do sul do Brasil. A expectativa é que as obras durem cerca de 20 meses, criando aproximadamente 2 mil empregos diretos e 5 mil empregos indiretos.
Para a economia regional, a implementação do porto pode fortalecer a infraestrutura logística e atrair novos investimentos para o Rio Grande do Sul, tornando o estado mais competitivo no setor portuário. Autoridades locais acompanham de perto o andamento do projeto e acreditam que ele trará benefícios a longo prazo para a indústria, o agronegócio e o comércio exterior.