A união entre Marinha do Brasil e UFRJ sinaliza uma revolução energética no setor offshore, explorando os limites da ciência para aplicar reatores nucleares em navios e plataformas, com impacto direto na soberania nacional e na inovação tecnológica marítima.
A recente colaboração entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Marinha do Brasil, por meio da Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico (DGDNTM), destaca a crescente relevância dos Pequenos Reatores Modulares (SMRs) para aplicações em navios e plataformas offshore.
Conforme a matéria feita pelo portal ”Agencia Marinha”, em 28 de abril de 2025, a UFRJ promoveu o curso de extensão “Energia Nuclear no Mar: Viabilidade e Normas para SMRs embarcados”, que reuniu especialistas, acadêmicos e militares para discutir os avanços tecnológicos, desafios regulatórios e aplicações dos SMRs no contexto marítimo.
O evento evidenciou a importância da inovação para o desenvolvimento do setor nuclear nacional.
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O que são os Pequenos Reatores Modulares (SMRs)?
Os SMRs são reatores nucleares de menor porte, projetados para serem modulares, ou seja, podem ser fabricados em fábricas e transportados para o local de operação.
Sua principal vantagem é a flexibilidade e a segurança aprimorada em comparação aos reatores tradicionais.
Essas características os tornam ideais para aplicações em ambientes desafiadores, como o mar.
Aplicações dos SMRs no setor marítimo
A utilização de SMRs em navios e plataformas offshore pode oferecer uma solução eficiente e sustentável para a geração de energia elétrica em alto-mar.
Além de fornecer energia para propulsão, os SMRs podem abastecer sistemas de dessalinização de água, produção de hidrogênio verde e até mesmo data centers flutuantes.
Essa versatilidade é especialmente importante para operações em locais remotos, onde a infraestrutura energética é limitada.
O impacto estratégico e econômico dos SMRs no cenário global
A adoção dos Pequenos Reatores Modulares não se limita apenas a avanços tecnológicos — ela também representa uma estratégia geopolítica e econômica de grande relevância.
Países como Estados Unidos, China, Rússia e Reino Unido já desenvolvem projetos similares para atender demandas específicas de defesa, exploração marítima e independência energética em regiões remotas.
Com a entrada mais firme do Brasil nesse cenário, através da cooperação entre Marinha, universidades e empresas como a AMAZUL, o país passa a disputar um espaço relevante em um mercado bilionário e altamente estratégico.
Além de promover soberania tecnológica, a internalização de competências na área de energia nuclear embarcada pode atrair investimentos estrangeiros, gerar empregos altamente qualificados e posicionar o Brasil como referência internacional em inovação marítima sustentável.
A parceria entre UFRJ e Marinha do Brasil
A colaboração entre a UFRJ e a Marinha do Brasil visa fortalecer o desenvolvimento de tecnologias nucleares aplicadas ao setor marítimo.
O curso realizado em 2025 é um exemplo dessa parceria, que busca capacitar profissionais e fomentar pesquisas na área.
Segundo o Almirante de Esquadra Rabello, da DGDNTM, eventos como este fortalecem a interação da Marinha com instituições de ciência e tecnologia, contribuindo para a segurança energética do país.
Desafios regulatórios e de licenciamento
Apesar das vantagens, a implementação de SMRs no setor marítimo enfrenta desafios regulatórios.
A necessidade de desenvolver normas específicas para operação em ambientes marítimos, além de garantir a segurança e a sustentabilidade das operações, são questões que demandam atenção.
Especialistas destacam a importância de um marco regulatório claro e eficiente para viabilizar o uso seguro e confiável dos SMRs em plataformas offshore.
O papel da academia e da indústria
A UFRJ, por meio de seu Programa de Engenharia Nuclear (PEN) e da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE), desempenha um papel crucial na formação de profissionais e no desenvolvimento de pesquisas na área de energia nuclear.
A parceria com a Marinha do Brasil e com a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (AMAZUL) fortalece a integração entre academia, governo e indústria, promovendo avanços tecnológicos e capacitação especializada.
Perspectivas futuras
O desenvolvimento de SMRs para aplicações marítimas representa um passo significativo rumo à inovação e sustentabilidade no setor energético brasileiro.
A continuidade das parcerias entre instituições acadêmicas, militares e empresariais é essencial para superar os desafios técnicos e regulatórios, garantindo a implementação segura e eficiente dessa tecnologia.
Os Pequenos Reatores Modulares têm o potencial de transformar a geração de energia no setor marítimo brasileiro, oferecendo soluções sustentáveis e eficientes para operações em alto-mar.
A colaboração entre a UFRJ e a Marinha do Brasil é um exemplo de como a união entre academia e setor público pode impulsionar o desenvolvimento tecnológico e a segurança energética do país.