Em meio à modernização da frota militar brasileira, a chegada dos novos helicópteros H125 chama atenção por sua versatilidade, fabricação nacional e alto nível tecnológico, reforçando a estratégia de soberania e padronização da Aviação Naval em 2025.
Em um hangar da Helibrás, em Itajubá, um novo capítulo da Aviação Naval brasileira começa a ganhar forma: o processo de incorporação dos helicópteros Airbus H125, modelo Esquilo B3e, avança silenciosamente, mas com grande impacto nos bastidores da defesa nacional.
Essas aeronaves, que chegam para substituir os veteranos Bell Jet Ranger III, integram o Projeto TH-X, uma iniciativa da Marinha do Brasil voltada à modernização da frota de instrução e ao fortalecimento da soberania operacional.
Com a designação IH-18, a primeira unidade já passa por rigorosos procedimentos de inspeção e testes, conduzidos por equipes altamente especializadas do 1º Esquadrão de Instrução de Helicópteros (EsqdHI-1), além de técnicos do Instituto de Pesquisa e Ensaios em Voo (IPEV) e do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI).
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A fase de recebimento do helicóptero envolve etapas críticas, desde a verificação estrutural até voos técnicos, tudo com foco em garantir que os requisitos contratuais e operacionais sejam integralmente cumpridos.
Projeto TH-X: um divisor de águas no treinamento de aviadores navais
Conforme divulgado pelo portal ”Zona Militar”, o Projeto TH-X simboliza mais do que a troca de aeronaves antigas por modelos novos.
Ele representa uma reformulação completa na maneira como a Marinha treina seus aviadores, apostando em uma plataforma reconhecida internacionalmente por sua segurança, robustez e flexibilidade.
O Airbus H125 (Esquilo B3e) foi escolhido por reunir características essenciais ao ambiente de treinamento militar, como resistência ao uso contínuo, tecnologia embarcada de última geração e capacidade para operar em diferentes tipos de missão.
Essas qualidades tornam o modelo ideal para o Curso de Aperfeiçoamento em Aviação para Oficiais (CAAvO), principal etapa formadora de pilotos de helicóptero da Marinha.
Além disso, os H125 poderão ser aproveitados em missões de resgate, patrulhamento e apoio logístico, o que garante uma maior economicidade e amplitude operacional à frota.
Compra de 27 unidades marca virada estratégica
O investimento em 27 helicópteros H125 foi anunciado em setembro de 2022 como parte de uma estratégia conjunta das Forças Armadas para padronizar suas aeronaves de instrução.
A aquisição atende tanto à Força Aérea Brasileira (FAB), que substitui o AS350 Écureuil (H-50 Esquilo), quanto à Marinha, que deixará de operar os modelos UH-12 e IH-6B (Bell Jet Ranger III).
Todos os helicópteros estão sendo produzidos em solo brasileiro, nas instalações da Helibrás — braço nacional da Airbus Helicopters — o que fortalece a indústria aeronáutica nacional e reduz a dependência de fornecedores internacionais.
A fabricação local também assegura a manutenção, o fornecimento de peças e a capacitação técnica contínua das forças envolvidas.
Tecnologias embarcadas e novos recursos de missão
Cada unidade do H125 vem equipada com cockpit digital de vidro duplo G500H TXi, um sistema avançado que oferece melhor consciência situacional ao piloto.
Também estão presentes o VEMD (Vehicle & Engine Multifunction Display), que permite o monitoramento em tempo real de desempenho e segurança da aeronave, e a compatibilidade com óculos de visão noturna (NVG).
As novas aeronaves contarão ainda com guincho elétrico e gancho de carga, o que as torna aptas para missões de busca e salvamento (SAR), transporte de equipamentos e evacuações médicas.
Essa flexibilidade garante que, mesmo com foco em treinamento, os helicópteros possam operar de forma ativa em situações de emergência ou apoio humanitário.
FAB também incorpora seus primeiros H125
Enquanto a Marinha inicia sua transição, a Força Aérea Brasileira já recebeu a primeira unidade de sua frota H125.
O helicóptero de matrícula FAB 8821 foi entregue ao 1º/11º GAv (Esquadrão Gavião), unidade responsável por formar pilotos de asa rotativa.
Essa entrega, ocorrida em dezembro de 2024, marca o início de uma nova etapa no treinamento dos aviadores da FAB, com ganho expressivo em tecnologia, segurança e realismo nos voos de instrução.
O cronograma da FAB caminha paralelamente ao da Marinha, e ambas as forças estão alinhadas no objetivo de padronizar suas aeronaves, otimizando custos logísticos e operacionais.