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Porto de Roterdã lança sistema de energia em terra para navios de cruzeiro e se adianta às exigências da UE para 2030

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 31/03/2025 às 21:47
Foto do cais Holland Amerikakade no Porto de Roterdã com navio de cruzeiro atracado e conectado à nova estrutura de energia elétrica terrestre, em ambiente moderno e ensolarado
Porto de Roterdã inaugura sistema elétrico para navios e antecipa norma da União Europeia

Com meta de neutralizar suas emissões até 2050, o Porto de Roterdã acaba de lançar uma instalação que fornece energia elétrica diretamente da terra para navios atracados. A estrutura reduz emissões e ruídos, e antecipa as exigências da União Europeia que só entram em vigor em 2030. O projeto, inédito em larga escala, reforça o compromisso ambiental do maior porto da Europa.

O Porto de Roterdã, um dos mais movimentados e estratégicos do planeta, está mostrando como se faz quando o assunto é inovação sustentável. Foi inaugurado no dia 31 de março o novo sistema Cruise Port Shore Power, uma estrutura que permite que navios de cruzeiro se conectem à rede elétrica terrestre enquanto estão atracados. Com isso, os navios desligam seus motores e reduzem significativamente as emissões de gases poluentes e o barulho gerado nas áreas urbanas próximas.

O projeto levou 22 meses para ser finalizado e foi instalado no Holland Amerikakade, ponto de parada tradicional para grandes embarcações turísticas. Essa é a primeira grande iniciativa do tipo no país e coloca o Porto de Roterdã à frente da meta europeia, que só vai exigir esse tipo de conexão a partir de 2030.

Energia em terra: por que isso importa?

Quando um navio atraca, ele continua precisando de energia para manter sistemas essenciais em funcionamento — como iluminação, refrigeração e equipamentos de segurança. Tradicionalmente, essa energia vem do próprio motor da embarcação, movido a combustíveis fósseis.

Com a nova estrutura, os navios passam a se conectar à rede elétrica local, que no caso de Roterdã é cada vez mais abastecida por fontes renováveis. Resultado? Menos poluição do ar, menos barulho e um ganho significativo na qualidade de vida das regiões portuárias.

Antecipando a regulação europeia

O novo sistema de Roterdã está alinhado com o Regulamento (UE) 2023/1805, que tornará obrigatória a alimentação elétrica em terra para navios atracados em portos europeus a partir de 1º de janeiro de 2030. A ideia da União Europeia é reduzir drasticamente a pegada de carbono do setor marítimo, responsável por cerca de 3% das emissões globais.

Ao inaugurar sua estação cinco anos antes do prazo, o Porto de Roterdã se posiciona como modelo para os demais portos do continente — e também como parceiro ideal para empresas que já estão se adaptando a essa nova realidade, como a MSC Cruzeiros, que promete conectar seus navios à energia terrestre em 15 portos europeus até 2026.

Sustentabilidade como prioridade

A medida faz parte do plano do Porto de Roterdã para atingir a neutralidade de carbono até 2050, em sintonia com o Green Deal Europeu. A ideia é transformar completamente o funcionamento do porto, priorizando tecnologias limpas, logística verde e energia renovável.

Além do sistema Shore Power para cruzeiros, terminais de contêineres e instalações industriais na área portuária também estão migrando para fontes elétricas e alternativas menos poluentes. Algumas iniciativas em andamento incluem:

  • Estações para abastecimento de hidrogênio verde
  • Instalação de painéis solares em galpões logísticos
  • Testes com rebocadores elétricos e embarcações autônomas

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Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 4.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no [email protected]

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