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Movimentação portuária brasileira registra queda de 8,27% em janeiro de 2025; crescimento de 18,58% nas cargas conteinerizadas indica possível recuperação nos setores offshore e de óleo e gás

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 17/03/2025 às 23:31
Movimentação portuária no Brasil em queda: navios atracados, caminhões transportando grãos e armazéns no porto ao amanhecer.
Navios e caminhões em operação no porto brasileiro, refletindo a queda na movimentação de cargas, mas com sinais de recuperação no setor.

Veja os detalhes técnicos sobre a queda na movimentação portuária brasileira em janeiro de 2025, os números precisos sobre o crescimento das cargas conteinerizadas e as perspectivas para os setores offshore e de óleo e gás:

Em janeiro de 2025, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), a movimentação portuária brasileira registrou uma redução de 8,27% comparada ao mesmo mês de 2024, totalizando 91,6 milhões de toneladas. Apesar da redução geral, o segmento de cargas conteinerizadas teve crescimento significativo, atingindo um novo recorde histórico de 18,58%.

Principais razões para a queda da movimentação portuária

A redução verificada deve-se principalmente à diminuição nos segmentos de granéis sólidos e líquidos, conforme relatório divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Esses segmentos foram impactados diretamente por fatores como a menor demanda internacional por commodities brasileiras e por ajustes internos na produção e consumo.

Resultados específicos dos principais portos brasileiros

Embora o contexto geral tenha sido negativo, alguns portos públicos apresentaram desempenho positivo:

O Porto do Rio de Janeiro movimentou 1,7 milhão de toneladas, com um aumento de 43,46% em relação a janeiro de 2024, segundo relatório da Companhia Docas do Rio de Janeiro.

O Porto de Santos, por outro lado, relatou queda no segmento de granéis sólidos, conforme informado pela Santos Port Authority.

Esses resultados destacam a importância de estratégias para diversificação logística dos portos nacionais.

Crescimento das cargas conteinerizadas

Dados do Ministério de Portos e Aeroportos confirmam o crescimento expressivo das cargas conteinerizadas em janeiro de 2025, com aumento de 18,58%, alcançando 7,8 milhões de toneladas movimentadas. Além disso, houve a importação de 300.504 TEUs (contêineres de 20 pés), crescimento de 18,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Essa mudança demonstra uma tendência crescente do uso de contêineres no comércio marítimo brasileiro, motivada principalmente por vantagens como agilidade, segurança e redução de custos operacionais.

Impactos do setor offshore e óleo e gás

Segundo relatório da Petrobras, o setor offshore teve impacto direto na queda observada, especialmente nos granéis líquidos, devido à redução temporária das operações relacionadas ao óleo e gás em janeiro de 2025.

No entanto, especialistas consultados pela Agência Internacional de Energia (AIE) destacam que investimentos previstos no setor offshore, especialmente os grandes projetos no pré-sal no segundo semestre de 2025, podem reverter essa tendência.

Perspectivas e desafios para o restante de 2025

Apesar dos resultados mistos em janeiro, as projeções do Instituto Brasileiro de Logística (IBL) permanecem otimistas, destacando principalmente a expansão do mercado de contêineres e a recuperação gradual do setor offshore.

Entre os desafios a serem enfrentados pelo setor estão:

  • Modernização e expansão da infraestrutura portuária;
  • Implementação de políticas públicas eficazes para diversificação de cargas;
  • Melhoria contínua da eficiência operacional com tecnologias avançadas.

Estratégias adotadas para crescimento sustentável

Para enfrentar esses desafios, autoridades portuárias e empresas privadas têm adotado estratégias específicas, conforme recomendações da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP):

  • Incentivos à movimentação de cargas conteinerizadas;
  • Implementação de práticas sustentáveis para reduzir impactos ambientais;
  • Fortalecimento das parcerias público-privadas (PPPs) para acelerar investimentos.

Diante das circunstâncias apresentadas, é possível afirmar, portanto, que a tendência é de uma recuperação gradual e consistente da movimentação portuária ao longo de 2025. Além disso, a expansão do segmento de cargas conteinerizadas, bem como a retomada dos investimentos no setor offshore, deve contribuir de maneira significativa para, consequentemente, consolidar o Brasil como referência em logística na América Latina.



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