Veja os detalhes técnicos sobre a queda na movimentação portuária brasileira em janeiro de 2025, os números precisos sobre o crescimento das cargas conteinerizadas e as perspectivas para os setores offshore e de óleo e gás:
Em janeiro de 2025, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), a movimentação portuária brasileira registrou uma redução de 8,27% comparada ao mesmo mês de 2024, totalizando 91,6 milhões de toneladas. Apesar da redução geral, o segmento de cargas conteinerizadas teve crescimento significativo, atingindo um novo recorde histórico de 18,58%.
Principais razões para a queda da movimentação portuária
A redução verificada deve-se principalmente à diminuição nos segmentos de granéis sólidos e líquidos, conforme relatório divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Esses segmentos foram impactados diretamente por fatores como a menor demanda internacional por commodities brasileiras e por ajustes internos na produção e consumo.
Resultados específicos dos principais portos brasileiros
Embora o contexto geral tenha sido negativo, alguns portos públicos apresentaram desempenho positivo:
- Brado anuncia investimento de R$ 260 milhões em terminais ferroviários até 2030 para ampliar eficiência logística
- Porto de Roterdã lança sistema de energia em terra para navios de cruzeiro e se adianta às exigências da UE para 2030
- Porto de Vitória recebe dragagem para manter operações em capacidade máxima
- Porto de Paranaguá bate recorde na movimentação de fertilizantes com navio Red Marlin
O Porto do Rio de Janeiro movimentou 1,7 milhão de toneladas, com um aumento de 43,46% em relação a janeiro de 2024, segundo relatório da Companhia Docas do Rio de Janeiro.
O Porto de Santos, por outro lado, relatou queda no segmento de granéis sólidos, conforme informado pela Santos Port Authority.
Esses resultados destacam a importância de estratégias para diversificação logística dos portos nacionais.
Crescimento das cargas conteinerizadas
Dados do Ministério de Portos e Aeroportos confirmam o crescimento expressivo das cargas conteinerizadas em janeiro de 2025, com aumento de 18,58%, alcançando 7,8 milhões de toneladas movimentadas. Além disso, houve a importação de 300.504 TEUs (contêineres de 20 pés), crescimento de 18,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Essa mudança demonstra uma tendência crescente do uso de contêineres no comércio marítimo brasileiro, motivada principalmente por vantagens como agilidade, segurança e redução de custos operacionais.
Impactos do setor offshore e óleo e gás
Segundo relatório da Petrobras, o setor offshore teve impacto direto na queda observada, especialmente nos granéis líquidos, devido à redução temporária das operações relacionadas ao óleo e gás em janeiro de 2025.
No entanto, especialistas consultados pela Agência Internacional de Energia (AIE) destacam que investimentos previstos no setor offshore, especialmente os grandes projetos no pré-sal no segundo semestre de 2025, podem reverter essa tendência.
Perspectivas e desafios para o restante de 2025
Apesar dos resultados mistos em janeiro, as projeções do Instituto Brasileiro de Logística (IBL) permanecem otimistas, destacando principalmente a expansão do mercado de contêineres e a recuperação gradual do setor offshore.
Entre os desafios a serem enfrentados pelo setor estão:
- Modernização e expansão da infraestrutura portuária;
- Implementação de políticas públicas eficazes para diversificação de cargas;
- Melhoria contínua da eficiência operacional com tecnologias avançadas.
Estratégias adotadas para crescimento sustentável
Para enfrentar esses desafios, autoridades portuárias e empresas privadas têm adotado estratégias específicas, conforme recomendações da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP):
- Incentivos à movimentação de cargas conteinerizadas;
- Implementação de práticas sustentáveis para reduzir impactos ambientais;
- Fortalecimento das parcerias público-privadas (PPPs) para acelerar investimentos.
Diante das circunstâncias apresentadas, é possível afirmar, portanto, que a tendência é de uma recuperação gradual e consistente da movimentação portuária ao longo de 2025. Além disso, a expansão do segmento de cargas conteinerizadas, bem como a retomada dos investimentos no setor offshore, deve contribuir de maneira significativa para, consequentemente, consolidar o Brasil como referência em logística na América Latina.