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Trabalhadores dos portos brasileiros irão fazer paralisação contra a privatização do setor nessa sexta-feira

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 26/01/2022 às 13:04
Atualizado em 19/08/2022 às 05:09
Os trabalhadores dos portos de diversos locais do Brasil irão realizar uma paralisação em forma de protesto contra a privatização do setor e a continuação das iniciativas públicas
Os trabalhadores dos portos de diversos locais do Brasil irão realizar uma paralisação em forma de protesto contra a privatização do setor e a continuação das iniciativas públicas. Fonte: Reprodução

Os trabalhadores dos portos de diversos locais do Brasil irão realizar uma paralisação em forma de protesto contra a privatização do setor e a continuação das iniciativas públicas

Essa próxima sexta-feira, (28/01), será marcada por uma enorme paralisação em diversos portos do Brasil inteiro. O movimento acontecerá como uma forma de protesto contra o processo de privatização e desestatização do setor e de diversos locais do segmento, como a Codesa e o Porto de Santos. Assim, os trabalhadores pretendem atrair uma nova visão para esse processo e como ele pode ser prejudicial para o cenário.

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Portos brasileiros irão contar com paralisação dos trabalhadores durante essa sexta-feira para lutar contra a privatização no setor 

O processo de privatização dos portos brasileiros segue bastante acelerado e o Ministério da Economia continua sendo a favor dessa iniciativa, destacando os pontos positivos em relação ao ganho econômico para o setor. No entanto, diversos sindicatos e trabalhadores do segmento seguem descontentes com a decisão do Governo Federal em levar adiante esses processos de desestatização, como está acontecendo com a Codesa e com o Porto de Santos. 

Assim, os sindicatos dos portos do país inteiro se reuniram para movimentar uma paralisação das atividades em diversos complexos durante a próxima sexta-feira, como forma de protesto contra esse processo. O coordenador da Intersindical do Porto Organizado de São Sebastião, Robson Wilson dos Santos, assinou o documento da paralisação, que destaca que o os trabalhadores defendem que “passar a autoridade portuária para a iniciativa privada é um erro grosseiro contra a economia do país, pois entregará uma atividade eminentemente do Estado ao privado que só visa o lucro e não a gestão do bem estar e das políticas públicas de um país”.

Os trabalhadores ressaltam ainda que passar órgãos e complexos portuários da iniciativa pública para a privada no processo de desestatização também é ameaçar a soberania do país em relação ao setor. Assim, eles seguem contra o processo de entrega dos portos brasileiros para companhias, principalmente estrangeiras, e defendem a manutenção do regime público para os locais. 

Privatização do Porto de São Sebastião segue como o planejado e trabalhadores continuam se posicionando contra o processo

O sindicato que liberou a nota em relação à paralisação também continua defendendo a não privatização do Porto de São Sebastião, que é operado pela Companhia Docas de São Sebastião, administradora e Autoridade Portuária do Porto de São Sebastião. Assim, o dia escolhido para a paralisação foi dia 28 de janeiro, data em que se comemora o “Dia do Trabalhador Portuário” e faz alusão à abertura dos portos brasileiros para as nações amigas, em 1808. 

Além disso, o processo de privatização do Porto de São Sebastião segue sendo levado pelo governo, mesmo com os trabalhadores e sindicatos se posicionando contra a desestatização. Assim, até o dia 9 de fevereiro de 2022, está aberta uma consulta pública da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para receber contribuições a respeito do leilão de concessão do Porto de São Sebastião. Todos os documentos estão disponíveis na página da Antaq e, mesmo com toda a rejeição dos trabalhadores, a agência afirma que irá seguir com o processo durante os próximos meses.

Um outro ponto que assusta os trabalhadores dos portos brasileiros em relação ao processo de privatização é a modelagem de desestatização que será adotada pelo governo, uma vez que ele está investido em copiar o modelo da Austrália. No entanto, o modelo de privatização australiano passou longe de dar certo e até hoje segue com o que se chama de “inflação portuária”, problema que também pode acontecer no Brasil e preocupa os sindicatos brasileiros.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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