Ser piloto de navio é uma verdadeira vocação para quem busca aventura e desafios no mar. Com altos salários e uma rotina 1×1, a profissão oferece oportunidades de crescimento em uma carreira globalizada. Descubra os bastidores dessa jornada e como a formação de oficial de náutica abre portas para um futuro promissor no setor marítimo.
A vida no mar sempre foi fascinante, cheia de mistérios, desafios e recompensas. Para muitos, ser piloto de navio é mais do que uma profissão; é uma verdadeira vocação que exige coragem, dedicação e paixão pelo mar.
Ao longo dos anos, essa carreira tem ganhado destaque, com muitos profissionais se aventurando em um setor globalizado que envolve o transporte de mercadorias, passageiros e apoio às plataformas offshore, principalmente no setor de petróleo e gás.
Mas o que é, na prática, ser piloto de navio? Quais são os desafios que esses profissionais enfrentam, e como é o dia a dia em alto-mar?
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Este artigo revela os bastidores dessa profissão, trazendo também a experiência de Karine Granato, uma jovem carioca que decidiu seguir esse caminho e hoje compartilha sua jornada como oficial de náutica.
A profissão de piloto de navio: responsabilidades e desafios
Ser piloto de navio vai muito além de simplesmente navegar pelas águas.
Os oficiais de náutica, como são oficialmente chamados, são responsáveis pela segurança da embarcação, da tripulação e da carga.
Eles operam os sistemas de navegação, comunicação e segurança a bordo, além de supervisionar a movimentação do navio, tanto em alto-mar quanto ao se aproximar dos portos.
A função exige um alto nível de habilidade técnica, precisão e conhecimento das normas internacionais de navegação.
Além da navegação em si, os oficiais de náutica têm a responsabilidade de coordenar as operações de salvamento e resgate em casos de emergência, além de garantir que todos os sistemas da embarcação estejam funcionando corretamente e que a tripulação siga todos os procedimentos de segurança.
O trabalho é exigente e vital para a operação de qualquer embarcação comercial, seja para o transporte de mercadorias, seja no apoio a plataformas de exploração de petróleo e gás, como é o caso de Karine, a piloto de navio que veremos mais adiante.
Karine Granato: uma visão pessoal sobre a profissão
Karine Granato, 26 anos, é um exemplo de dedicação à profissão de oficial de náutica.
Natural do Rio de Janeiro, ela decidiu, aos 20 anos, deixar o curso de engenharia de telecomunicações para ingressar na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), onde começou sua jornada no setor marítimo.
A decisão de mudar de carreira veio de uma conversa com uma amiga e, desde então, Karine se apaixonou pela ideia de pilotar um navio.
“Os 28 dias em terra compensam”, garante ela, referindo-se à escala de trabalho, que envolve longos períodos de embarque seguidos por dias de descanso.
Embora a profissão de piloto de navio seja desafiadora, Karine revela que a experiência tem sido gratificante.
“Mesmo com muitos dias fora de casa, consigo ter tempo para passar com meus parentes e amigos. A tripulação é minha segunda família”, diz ela.
Durante os períodos embarcados, Karine divide momentos especiais com seus colegas, como o último Natal e Ano Novo, quando, apesar de longe de casa, ela compartilhou uma ceia com a equipe, tornando a experiência ainda mais significativa.
O relato de Karine ilustra a vida de muitos profissionais dessa área, que enfrentam o desafio de estar longe de casa por longos períodos, mas também desfrutam de uma remuneração atrativa e de benefícios que compensam o sacrifício.
Ela, como muitos outros, sabe que o trabalho em alto-mar não é para todos, mas a paixão pelo que faz a mantém firme em sua escolha de carreira.
Salários e benefícios no setor marítimo
A profissão de oficial de náutica é altamente valorizada, e a remuneração pode ser um dos maiores atrativos para quem decide seguir esse caminho.
Em 2024, o salário médio de um oficial de quarto de navegação da marinha mercante foi de R$ 8.197.
Esse valor pode variar dependendo da experiência, da função específica e do tipo de embarcação.
No setor offshore, por exemplo, os salários iniciais podem variar entre R$ 15.000 e R$ 20.000, com ganhos ainda maiores conforme o profissional avança na carreira e assume posições mais altas.
Além da boa remuneração, os profissionais dessa área geralmente têm acesso a benefícios atraentes, como plano de saúde, previdência privada, auxílio educacional e políticas internas de progressão de carreira.
O setor marítimo também oferece uma gama de oportunidades de especialização e crescimento, permitindo que os profissionais se aperfeiçoem e conquistem cargos de maior responsabilidade e remuneração.
Escala de trabalho: a famosa rotina 1×1
A rotina de trabalho em alto-mar, para muitos, é um dos maiores desafios dessa profissão.
Os oficiais de náutica seguem a escala 1×1, ou seja, trabalham 28 dias embarcados e têm 28 dias de folga em terra.
Esse modelo de trabalho foi estabelecido com o intuito de proporcionar um equilíbrio saudável entre o tempo de trabalho e o descanso, permitindo que os profissionais recuperem suas energias e passem tempo com a família e amigos.
Esse sistema foi adotado por várias empresas após a assinatura de acordos coletivos em 2017, que garantiram essa escala de trabalho mais equilibrada.
Para os trabalhadores dessa área, a escala 1×1 representa uma melhoria significativa, especialmente se comparado com a antiga escala 23×1, onde os profissionais ficavam embarcados por 23 dias e tinham apenas um dia de folga.
O novo modelo permite que a vida social e familiar dos trabalhadores seja preservada, embora o trabalho em si ainda seja intenso e exija dedicação.
Formação necessária para se tornar piloto de navio
Para se tornar oficial de náutica, o candidato precisa passar pela Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), uma instituição de ensino especializada em formar profissionais para o setor marítimo.
O curso dura três anos e inclui tanto a parte teórica quanto a prática, com estágios realizados a bordo de navios para uma experiência real.
Durante a formação, o aluno pode escolher entre as especializações de náutica ou máquinas.
Ao concluir o curso, os graduados recebem o título de bacharel em ciências náuticas e estão aptos a atuar como segundo oficial de náutica ou em outras funções da hierarquia da marinha mercante.
Para avançar na carreira, o profissional precisa acumular experiência e, em alguns casos, realizar cursos de especialização, como para se tornar capitão de cabotagem ou capitão de longo curso.
Desafios e perspectivas de crescimento na carreira
A profissão de piloto de navio é marcada por desafios como os longos períodos longe de casa, a solidão e as exigências rigorosas de capacitação.
Carlos Müller, presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar), destaca que o setor tem crescido, especialmente com a exploração de petróleo e o transporte de carga.
Além disso, a profissão tem ganhado visibilidade nas redes sociais, atraindo cada vez mais jovens para esse mercado, que oferece uma carreira globalizada e oportunidades de atuação em diversas partes do mundo.
Apesar dos desafios, a profissão de piloto de navio continua sendo uma opção de carreira bastante atrativa, com salários elevados, benefícios significativos e a possibilidade de crescer profissionalmente.
Para quem gosta de aventuras no mar e está disposto a enfrentar as exigências da profissão, ser oficial de náutica é, sem dúvida, uma das melhores escolhas.