Marinha do Brasil operou dois porta-aviões ao longo da história, marcando sua presença no cenário naval mundial
O Brasil operou dois porta-aviões ao longo de sua história, consolidando sua capacidade de projeção naval e defesa aérea no Atlântico Sul. Os navios NAeL Minas Gerais (A-11) e NAe São Paulo (A-12) desempenharam papéis fundamentais na evolução da aviação embarcada do país, permitindo o treinamento de pilotos e a realização de operações navais estratégicas.
De acordo com a Marinha do Brasil, a decisão de adquirir porta-aviões partiu da necessidade de modernizar suas forças navais e garantir autonomia no controle do espaço aéreo sobre as águas territoriais. Apesar dos desafios enfrentados ao longo das décadas, os porta-aviões brasileiros foram marcos históricos na defesa nacional.
NAeL Minas Gerais (A-11): o primeiro porta-aviões brasileiro
O NAeL Minas Gerais (A-11) foi o primeiro porta-aviões da Marinha do Brasil. Adquirido do Reino Unido em 1956, o navio foi originalmente comissionado como HMS Vengeance na Marinha Real Britânica em 1945. Após uma extensa modernização nos Países Baixos, a embarcação foi incorporada à Marinha do Brasil em 1960.
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Durante sua operação, o Minas Gerais foi utilizado para missões de patrulha, defesa aérea e treinamento de pilotos navais. O navio desempenhou um papel essencial na capacitação da aviação embarcada do Brasil, permitindo a operação de caças como o AF-1 Skyhawk e diversos helicópteros. Após mais de 40 anos de serviço, ele foi desativado em 2001, deixando um legado de inovação e modernização para a frota naval brasileira.
NAe São Paulo (A-12): o maior porta-aviões já operado pelo Brasil
Para substituir o Minas Gerais, o Brasil adquiriu, em 2000, o porta-aviões francês Foch, que foi rebatizado como NAe São Paulo (A-12). Pertencente à classe Clemenceau, o navio possuía 265 metros de comprimento e deslocava cerca de 32.800 toneladas, tornando-se o maior porta-aviões já operado pela Marinha do Brasil.
O São Paulo foi projetado para ampliar a capacidade operacional da força naval, permitindo o uso de aeronaves de ataque embarcadas. No entanto, o navio enfrentou uma série de problemas técnicos, incluindo falhas recorrentes no sistema de propulsão, que limitaram sua disponibilidade operacional. Após anos de dificuldades, a embarcação foi oficialmente desativada em 2017.
A tentativa de vender o São Paulo para desmonte fracassou, e, em 2023, o navio foi afundado no Oceano Atlântico, a aproximadamente 350 km da costa brasileira, em uma profundidade de 5.000 metros. A decisão gerou críticas de ambientalistas e especialistas em defesa, que questionaram os impactos ecológicos da operação.
NAM Atlântico (A-140): a nova era da aviação embarcada brasileira
Embora o Brasil não possua atualmente um porta-aviões convencional, a Marinha do Brasil incorporou, em 2018, o porta-helicópteros britânico HMS Ocean, rebatizado como NAM Atlântico (A-140). Apesar de não operar caças de decolagem convencional, o Atlântico é fundamental para missões de apoio aéreo, transporte de tropas e operações anfíbias.
Especialistas em defesa acreditam que o Brasil pode voltar a operar um porta-aviões no futuro. Em 2023, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou a possibilidade de um novo projeto, mas destacou as dificuldades financeiras e tecnológicas envolvidas.