Algumas empresas que estão interessadas nos leilões de privatização dos portos brasileiros, como a Codesa e o Porto de Santos, estão avaliando os riscos dentro desse processo para o futuro
O Governo Federal, por meio do Ministério da Infraestrutura, está cada vez mais investido no processo de privatização dos portos brasileiros em 2022. No entanto, para essa quinta-feira, (17/02), o que se vê é um clima de incertezas dentro do segmento, uma vez que as empresas interessadas nos leilões da Codesa e do Porto de Santos estão reavaliando os riscos e a modelagem do acordo de desestatização.
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Privatização dos portos brasileiros ainda conta com algumas incertezas para as empresas interessadas no processo
O ano de 2021 foi marcado por um grande avanço do Ministério da Infraestrutura no processo de desestatização dos portos brasileiros, com diversos editais sendo desenvolvidos para acelerar a privatização dos locais. Assim, o Governo Federal pretende seguir com o processo e finalizar algumas privatizações ainda no ano de 2022, como a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), um dos complexos mais procurados para a desestatização no mercado nacional atualmente.
Apesar desse grande movimento do governo brasileiro, as empresas que estavam interessadas no leilão de privatização da Codesa e do Porto de Santos estão atualmente reavaliando os riscos que existem no processo e debatendo acerca da frágil modelagem do acordo que é vista no Brasil atualmente. Entre as companhias que estão com essas incertezas, estão a Rumo, Vinci Partners, além de operadores internacionais, apurou o Broadcast com fontes próximas às empresas. Assim, a discussão sobre qual seria a real segurança e a lucratividade desse negócio para o futuro das companhias está cada vez maior.
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Os portos brasileiros são destaque no mercado global em relação à movimentação de carga e ao grande número de operações que ocorrem diariamente. No entanto, essas empresas ainda estão com dúvidas em relação à modelagem atual do acordo de privatização e ainda sobram dúvidas se o governo será capaz de quantificar, com assertividade, os numerosos passivos acumulados em décadas de administração pública. Apesar do grande esforço do governo em buscar novos incentivos e investimentos para os portos nacionais, as empresas ainda estão inseguras quanto à responsabilidade do Brasil em relação à produtividade nos portos.
Codesa e Porto de Santos são os os complexos que mais trazem insegurança às companhias interessadas nos leilões
Entre os leilões que serão realizados, o da Codesa tem como objetivo ser o maior dos portos brasileiros, estando previsto para o fim de março e incluindo os portos de Vitória e Barra do Riacho, em um contrato de 35 anos. Estão previstos investimentos diretos de R$ 1,3 bilhão, além do valor da outorga. Com isso, ainda restam muitas dúvidas quanto ao compromisso nacional sobre esses portos e a Rumo estaria reavaliando sua posição diante dos riscos de modelagem do contrato.
Além disso, a Vinci Partners, um grande grupo de infraestrutura e galpões logísticos, também está avaliando o leilão da Codesa, mas ainda não há uma decisão formada sobre essa participação. Já o Porto de Santos conta com complexidade inerente ao processo de privatização, já que considerado um dos maiores do Hemisfério Sul e conta com forças que trazem incerteza aos investidores, tais quais os terminais privatizados (arrendados) ao longo dos últimos anos, sindicatos, fornecedores, empresas de logística e inúmeras forças políticas.
Assim, a fonte próxima às empresas afirmou que ainda existem bastante lacunas dentro desse investimento e que precisam ser reparadas antes da decisão final, afirmando que “Há muitas dúvidas no mercado se o Porto de Santos será mesmo privatizado, diante da sua complexidade. Os investidores também querem saber como serão encarados os problemas de compliance”.