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A negociação entre a Pepsi e a União Soviética, que envolveu vodka e navios de guerra, tornando a Pepsi a 6ª maior marinha do mundo durante a guerra fria.

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 14/03/2025 às 19:41
Pepsi fez acordo inusitado com a URSS, trocando submarinos por vodka e se tornando, por um momento, a 6ª maior marinha do mundo!
Pepsi fez acordo inusitado com a URSS, trocando submarinos por vodka e se tornando, por um momento, a 6ª maior marinha do mundo!

Descubra como a Pepsi entrou para a história com uma negociação surreal com a União Soviética! Vodka foi trocada por refrigerantes, mas o mais inacreditável veio depois: a URSS ofereceu uma frota de submarinos, tornando a Pepsi a 6ª maior marinha do mundo durante a Guerra Fria.

A Pepsi é, sem dúvida, uma das marcas mais icônicas do mundo.

Com presença global e um legado de mais de 120 anos, ela disputa constantemente com a Coca-Cola pelo título de refrigerante mais popular.

Desde suas primeiras campanhas publicitárias até as atuais inovações no mercado, a marca se consolidou como um gigante do setor.

No entanto, poucos sabem que a história da Pepsi guarda um capítulo curioso, envolvendo uma das negociações mais inusitadas da Guerra Fria.

Este episódio, que mistura geopolítica, guerra fria e negócios, é um exemplo de como o comércio internacional pode ser imprevisível e, por vezes, até bizarro.

A história começa na década de 1950, quando a PepsiCo, então em ascensão, tornou-se parte de uma transação que fez a gigante americana de refrigerantes adquirir nada menos que a 6ª maior marinha do mundo.

A negociação com a União Soviética: uma troca inusitada

Tudo começou em 1959, durante a Exposição Nacional Americana em Moscou.

O evento tinha como principal objetivo promover os avanços e produtos dos Estados Unidos, mas foi um encontro inesperado que se tornou o marco inicial dessa transação histórica.

Durante o evento, o vice-presidente Richard Nixon e o líder soviético Nikita Khrushchev participaram de um famoso episódio conhecido como “O Debate da Cozinha”, no qual discutiram as diferenças entre o capitalismo e o comunismo.

Na tentativa de aliviar o clima de tensão política, Donald Kendall, o então CEO da PepsiCo, aproveitou a oportunidade para oferecer uma garrafa do famoso refrigerante a Khrushchev.

O líder soviético não apenas gostou da bebida como também fez questão de elogiar a qualidade do produto.

Esse simples gesto de hospitalidade acabou desencadeando uma série de eventos que mudariam a história da Pepsi para sempre.

Anos depois, com a Guerra Fria em pleno auge e a União Soviética enfrentando sérios problemas econômicos, a falta de moeda forte tornou-se um obstáculo para adquirir produtos ocidentais.

A Rússia, sem capacidade de fazer transações em dólares ou outras moedas internacionais, buscava maneiras alternativas de pagar pelas importações.

Foi nesse cenário que surgiu a ideia que mudaria tudo: uma troca de produtos, e a Pepsi seria uma das grandes beneficiadas.

A troca de vodka por Pepsi: o inusitado escambo soviético

Em 1972, a PepsiCo e a União Soviética firmaram um acordo que parecia surreal para muitos na época.

URSS não poderia pagar em dinheiro pelas importações de Pepsi, mas ofereceu algo igualmente inusitado: vodka.

A marca Stolichnaya, famosa vodka russa, foi a moeda de troca para a gigante de refrigerantes.

A PepsiCo concordou com o acordo, e a vodka foi importada para os Estados Unidos.

A Stolichnaya fez tanto sucesso no mercado americano que, em 1973, suas vendas já superavam as 30.000 caixas anuais.

Em pouco tempo, o produto russo conquistou o gosto do público e, até 1980, a marca já havia se tornado uma das vodcas mais consumidas nos Estados Unidos, ultrapassando a marca de um milhão de caixas vendidas por ano.

Esse foi apenas o começo de uma das mais curiosas histórias de escambo internacional, mas não foi suficiente para a URSS resolver seus problemas econômicos.

Nos anos seguintes, a União Soviética precisaria expandir suas opções de pagamento para que o acordo continuasse vantajoso.

E foi aí que a história tomou um rumo ainda mais inesperado.

A Marinha da Pepsi: a 6ª maior frota de submarinos do mundo

Em 1989, em um esforço para renovar o contrato com a PepsiCo, a União Soviética fez uma proposta ainda mais bizarra: uma frota de navios de guerra.

A troca incluiu 17 submarinos, um cruzador, uma fragata e um destróier, uma oferta tão ousada quanto incomum.

Embora os submarinos estivessem em condições de uso limitado, a escala da transação impressionou o mundo.

A PepsiCo aceitou o acordo, e por um breve momento, a empresa americana se tornou a proprietária da sexta maior marinha do mundo, em termos de número de submarinos.

A transação foi de tal magnitude que a gigante de refrigerantes parecia, de alguma forma, estar se envolvendo com a geopolítica da Guerra Fria de uma maneira absolutamente única.

No entanto, a Pepsi não tinha interesse em manter os submarinos.

Logo após a aquisição, a empresa os vendeu para um consórcio sueco, que, por sua vez, os desmantelou e vendeu como sucata.

Apesar de ter sido uma situação temporária, essa transação curiosa ficou marcada como um dos momentos mais bizarros da história empresarial.

Uma negociação criativa e a flexibilidade dos negócios internacionais

O acordo que resultou na Pepsi se tornando a detentora de uma frota militar é um excelente exemplo de como as negociações comerciais podem ser influenciadas por fatores econômicos e políticos externos.

Durante a Guerra Fria, a escassez de moeda forte e a necessidade de garantir mercados para produtos ocidentais tornaram a criatividade necessária para manter os fluxos comerciais entre países ideologicamente opostos.

A história também reflete a flexibilidade da PepsiCo e de seu CEO, Donald Kendall, que, com muito bom humor, comentou na época: “Estamos desarmando a União Soviética mais rápido do que vocês.”

Esse comentário, feito em um tom irônico, deixou claro o caráter inusitado de toda a negociação.

A transação não só se mostrou um momento de grande criatividade e adaptação aos desafios impostos pela Guerra Fria, mas também destacou a importância da flexibilidade no mundo dos negócios internacionais.

O impacto da história no presente

Embora esse episódio tenha acontecido há décadas, ele ainda é um exemplo de como as grandes corporações podem ser influenciadas por eventos globais e como suas decisões podem gerar consequências inesperadas.

A negociação entre PepsiCo e a União Soviética mostra que, no mundo dos negócios, uma ideia criativa pode ser a chave para resolver um impasse econômico, mesmo em um contexto tão desafiador quanto o da Guerra Fria.

Além disso, essa história continua sendo uma das mais curiosas da história do comércio internacional, lembrando-nos de que os limites do possível podem ser ampliados quando as circunstâncias exigem soluções extraordinárias.

Através de sua abordagem inovadora, a Pepsi não apenas garantiu sua presença no mercado soviético, mas também entrou para os anais da história como a empresa que, por um breve momento, teve a 6ª maior frota de submarinos do mundo.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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