Para entregar o primeiro submarino nuclear até 2035, Marinha precisa de reforço no orçamento. Dois já foram entregues, mas o projeto corre risco de atraso.
O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), criado em 2008, é um dos maiores projetos militares do Brasil. A ideia é construir submarinos modernos, incluindo o primeiro com propulsão nuclear do país. Mas agora, o programa precisa de R$ 1 bilhão a mais por ano para conseguir entregar tudo no prazo. A informação foi publicada pelo site Defesa Aérea & Naval.
O que é o Prosub?
Esse programa é uma parceria entre o Brasil e a empresa francesa Naval Group. O objetivo é modernizar a frota de submarinos da Marinha com quatro modelos convencionais e um submarino nuclear — que será o primeiro da América Latina.
Até agora, dois submarinos da classe Riachuelo já foram entregues: o Riachuelo e o Humaitá. Os próximos, Tonelero e Angostura, devem ficar prontos até 2026. O submarino nuclear está em fase inicial, com previsão de entrega entre 2034 e 2035 — mas só se o orçamento permitir.
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Por que o projeto está em risco?
Hoje, o Prosub recebe cerca de R$ 2 bilhões por ano. Esse valor já foi maior no passado, mas caiu depois da crise econômica de 2015. De acordo com a Marinha, para manter o ritmo atual e entregar o submarino nuclear no prazo, seriam necessários R$ 3 bilhões por ano — ou seja, R$ 1 bilhão a mais.
O problema é que o orçamento do governo para 2025 prevê apenas R$ 2,1 bilhões para o projeto. Isso pode atrasar a obra e encarecer o custo final.
Frotas antigas e desatualizadas
Outro ponto levantado pela Marinha é que quase metade da frota atual está perto de ser desativada. Segundo o mesmo texto da Defesa Aérea & Naval, 43 navios devem sair de serviço até 2028, e ainda não há garantias de substituição. Isso preocupa, porque o Brasil tem um litoral enorme e precisa proteger sua costa.
Tentativas de aumentar o orçamento
Para tentar garantir mais recursos, o comandante da Marinha, Almirante Marcos Olsen, apoia uma proposta de emenda à Constituição que fixa um valor mínimo do orçamento para as Forças Armadas, com base no PIB. Outra ideia, apresentada pelo Ministro da Defesa José Múcio, é usar a receita corrente líquida como base para esse cálculo. Mas, por enquanto, nenhuma dessas propostas avançou no Congresso.