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China lança maior navio de pesquisa científica para explorar o manto da Terra e investigar os segredos da crosta terrestre e das placas tectônicas

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 17/03/2025 às 17:58
China lança maior navio de pesquisa científica para explorar o manto da Terra e investigar os segredos da crosta terrestre e das placas tectônicas
Imagem gerada por inteligência artificial

China lança Meng Xiang, o maior navio de pesquisa científica do país, para explorar profundezas oceânicas e desvendar mistérios do manto da Terra.

A China deu um novo passo na exploração oceânica com a entrada em operação do Meng Xiang, o maior navio de pesquisa científica do país. Com 179,8 metros de comprimento e 32,8 metros de largura, a embarcação é capaz de atingir profundidades de até 11 quilômetros, tornando-se uma ferramenta essencial para desvendar os mistérios do manto da Terra.

Historicamente, a exploração científica em alto-mar se limitava à crosta terrestre, cuja espessura média é de 15 quilômetros. Abaixo dessa camada, o manto terrestre permanece pouco conhecido, representando um vasto campo de estudo para a geologia, a oceanografia e a evolução planetária. Com o Meng Xiang, a China pretende preencher essa lacuna e fornecer novas evidências para o estudo das placas tectônicas, evolução da crosta oceânica, climas marinhos antigos e desenvolvimento da vida.

Capacidade e autonomia do maior navio de pesquisa científica

O Meng Xiang foi oficialmente comissionado em novembro do ano passado na cidade de Guangzhou. Segundo informações da agência de notícias Xinhua, o navio tem autonomia para 120 dias de operação contínua e pode acomodar até 180 pesquisadores e tripulantes. Seu alcance de navegação é de 15 mil milhas náuticas, permitindo expedições prolongadas em águas profundas.

Xu Zhenqiang, diretor do Guangzhou Marine Geological Survey sob o China Geological Survey, destacou a importância do projeto. “As amostras de núcleo da terra profunda que ele recupera fornecerão aos cientistas globais evidências diretas para estudar as placas tectônicas, a evolução da crosta oceânica, os climas marinhos antigos e a evolução da vida”, afirmou. “Ele ajudará a humanidade a entender, proteger e utilizar melhor os oceanos.”

Novo navio da China: Tecnologia de ponta para perfuração e exploração oceânica

O Meng Xiang não se limita à exploração científica. A embarcação também pode ser utilizada para perfuração em alto-mar, exploração de petróleo e gás, extração experimental e investigação de hidrato de gás natural. Para garantir eficiência nessas atividades, o navio foi equipado com tecnologias de ponta, incluindo:

  • O primeiro equipamento de elevação hidráulica do mundo, com capacidade de elevação de até 907 toneladas, facilitando a manipulação de amostras de grandes profundidades;
  • Nove laboratórios avançados abordando áreas como geologia, geoquímica, microbiologia, ciência oceânica e tecnologia de perfuração;
  • Um sistema automatizado de armazenamento de amostras de núcleo embarcado, inédito no mundo, que permite o transporte seguro e eficiente de materiais coletados no fundo do mar.

Esses avanços tecnológicos consolidam o Meng Xiang como um dos mais modernos e eficientes navios de pesquisa científica já construídos, posicionando a China como uma potência na exploração oceânica e geológica.

Segurança e desempenho em alto-mar

Antes de entrar em operação, o Meng Xiang passou por duas rodadas de testes no mar, superando as expectativas de desempenho. A embarcação foi projetada para resistir a condições climáticas extremas e atender aos mais rigorosos padrões de segurança. Seu casco reforçado e sistemas de estabilização permitem que o navio opere normalmente em mares agitados e enfrente supertufões sem comprometer suas operações.

A inauguração do Meng Xiang representa um marco para a pesquisa científica global, abrindo novas possibilidades para o estudo do manto terrestre e dos processos geológicos que moldam o planeta. Com tecnologia avançada e capacidade inédita de exploração em profundidades extremas, a embarcação se posiciona como um recurso estratégico para a China e para a comunidade científica internacional.

Nos próximos anos, os dados coletados pelo maior navio de pesquisa científica deverão contribuir significativamente para o entendimento da estrutura interna da Terra, ajudando a prever atividades sísmicas, aprimorar a exploração de recursos naturais e aprofundar o conhecimento sobre a formação dos oceanos e continentes.

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Débora Araújo

Escrevo sobre energias renováveis, automóveis, ciência e tecnologia, indústria e as principais tendências do mercado de trabalho. Com um olhar atento às evoluções globais e atualizações diárias, dedico-me a compartilhar sempre informações relevantes.

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