O tamanho impressiona, mas a quantidade de combustível que essas embarcações consomem é ainda mais chocante. Com motores gigantescos e consumo de combustível na casa das centenas de toneladas por dia, os navios porta-contêineres são verdadeiras máquinas devoradoras de energia.
Navios porta-contêineres são essenciais para o comércio global. Eles transportam bilhões de toneladas de mercadorias todos os anos. Mas manter essas embarcações em movimento exige quantidades colossais de energia. O MSC Tessa, um dos maiores do mundo, precisa de um motor com 98 mil cavalos de potência para cruzar os oceanos.
Os primeiros navios desse tipo surgiram em 1956, revolucionando o transporte marítimo. Hoje, as embarcações mais modernas podem carregar até 24.000 contêineres, uma capacidade impensável há algumas décadas.
Motores que movem verdadeiras cidades flutuantes
Os motores dos maiores navios porta-contêineres são os maiores motores a diesel já construídos. O Wärtsilä RT-flex96C, usado em algumas dessas embarcações, tem 14 cilindros, mais de 25 metros de comprimento e gera 107 mil cavalos de potência. Para operar, ele consome cerca de 250 toneladas de combustível por dia.
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Esse combustível, chamado de óleo combustível pesado (HFO), é uma das principais fontes de poluição do setor. A queima libera grandes quantidades de enxofre e CO₂, tornando esses navios vilões ambientais.
Quanto combustível um navio porta-contêiner consome?
Um navio desse porte pode consumir entre 150 e 300 toneladas de combustível por dia, dependendo da velocidade e das condições do mar. Isso significa que, em uma viagem entre a China e os EUA (aproximadamente 10.000 km), um único navio pode queimar mais de 2.000 toneladas de combustível.
Para efeito de comparação, isso equivale ao consumo de mais de 60.000 carros rodando durante um ano inteiro.
Tentativas de tornar os navios mais sustentáveis
Com a pressão por soluções mais ecológicas, novas tecnologias estão sendo testadas. Entre elas, destaca-se o uso do GNL (Gás Natural Liquefeito), que reduz a emissão de poluentes em até 30%. Um exemplo é o CMA CGM Jacques Saadé, primeiro navio porta-contêiner movido a GNL, lançado em 2020.
Outra inovação inclui a propulsão assistida por vento, com velas gigantes que ajudam a reduzir o consumo de combustível em até 10%.
O futuro dos navios porta-contêineres
O setor naval está investindo em alternativas como sistemas híbridos, células de hidrogênio e energia eólica assistida. Com as novas regras da Organização Marítima Internacional (IMO) para reduzir emissões até 2050, a indústria busca maneiras de manter os gigantes dos mares em operação sem destruir o meio ambiente.
Mesmo com avanços, a dependência dos combustíveis fósseis ainda é grande. Enquanto soluções mais sustentáveis não se tornam padrão, os navios porta-contêineres continuam consumindo quantidades absurdas de energia, mantendo o comércio global em movimento.