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Rotas de exportações do Paraguai são alteradas devido às secas e Porto de Paranaguá recebe mais embarques

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 26/10/2021 às 15:17
Atualizado em 19/08/2022 às 05:09
Com a falta de chuvas e as secas recentes, as rotas de exportações do Paraguai ficaram inviáveis e o Porto de Paranaguá passou a receber essas cargas
Com a falta de chuvas e as secas recentes, as rotas de exportações do Paraguai ficaram inviáveis e o Porto de Paranaguá passou a receber essas cargas. Fonte: Claudio Neves/Portos do Paraná

As secas recentes inviabilizaram as rotas de exportações do Paraguai e o Porto de Paranaguá passou a receber essas cargas

Durante o último domingo, (24/10), foram divulgados dados pela Receita Federal, que mostram um crescimento de cerca de 30% no volume de embarques de farelo de soja provenientes do Paraguai no Porto de Paranaguá. Isso aconteceu devido à crise hídrica, ocasionada pela falta de chuva, que vem afetando os países, gerando períodos de secas e alterando as rotas de exportações entre os vizinhos da América Latina.

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Crise hídrica tornou necessária a adaptação da logística das rotas de exportações dos produtos vindos do Paraguai

As últimas semanas foram marcadas por secas intensas na região dos países do Mercosul, principalmente se tratando do Rio Paraná, por onde a maior parte da soja que vem do Paraguai passava entre as rotas de exportações. Isso fez com que houvesse a necessidade de adaptar a logística, para que os produtos seguissem o seu percurso e, com isso, o Porto de Paranaguá vem recebendo cerca de 30% a mais de volume nos produtos, em decorrência desse problema. 

Um dos pontos a serem destacados é que esses produtos não tem como destino final o solo brasileiro e, por isso, as taxações não se aplicam a eles, como explica a Receita Federal, comentando que “Como a mercadoria não tem como destino final o solo brasileiro, é necessário que ela atravesse o país através do regime de Trânsito Aduaneiro de Passagem. Nesta modalidade, os produtos introduzidos no País têm a exigibilidade dos impostos suspensa até que eles novamente deixem o Brasil”.

Após as alterações nas rotas de exportações da soja proveniente do Paraguai, o produto chegava ao país pelo Porto Seco de Foz do Iguaçu e seguia até o Porto de Paranaguá através de caminhões, para então continuar o seu trajeto. Entretanto, com o problema da crise hídrica para fazer o percurso, a Receita Federal está estudando a possibilidade de adicionar a malha ferroviária nas rotas, por meio do Porto Seco de Cascavel, para potencializar o desembarque. 

Enquanto as secas afetam a navegabilidade, as chuvas e a constante umidade impactam na produtividade do Porto de Paranaguá e causam prejuízos

É inegável o crescimento na movimentação da soja que vem do Paraguai no Porto de Paranaguá, o que ajuda na produtividade do embarque deste produto. Entretanto, as chuvas constantes estão pondo em risco à produção no porto e trazendo saldos negativos ao local, uma vez que as operações com granéis sólidos, como soja em grão, fertilizantes, açúcar e milho, estão cada vez mais complicadas devido à alta umidade e às chuvas constantes. 

O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, comentou acerca desse problema no Porto de Paranaguá e afirmou que “Se molhados, esses produtos estragam. Por isso, quando há sinal de chuva as operações param. O comandante do navio manda fechar os porões até que tenha segurança para abri-los novamente, sem prejuízo à carga”. Assim, não resta o que se fazer para a companhia, a não ser aguardar esse período passar para que as operações no porto voltem a todo vapor, sem a interrupção por conta das chuvas.

Segundo a diretoria de operações da Portos do Paraná, o período de suspensão nas operações com granéis sólidos no porto, até o dia 20 de outubro, equivalem a um período de 11 dias, o que leva a empresa a um saldo negativo problemático, em razão das atividades suspensas em todos esses dias.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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