E se assim como os carros, navios autônomos pudessem sair em uma viagem de 5 mil quilômetros controlados apenas por robôs? Esse é o objetivo do Mayflower, o primeiro navio autônomo que partiu em uma jornada da Inglaterra à Massachusetts
Assim como os carros, navios autônomos controlados por “robôs” já são uma realidade. O primeiro navio autônomo do mundo, já iniciou a sua jornada em direção ao oceano Atlântico de Plymouth, na Inglaterra, até a cidade de Plymouth em Massachusetts, nos EUA. O navio deveria ter iniciado sua viagem em setembro do ano passado, porém foi adiado devido à pandemia.
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O mesmo percurso de 400 anos atrás
O Mayflower 400 é um projeto de navio autônomo construído e desenvolvido pela IBM em parceria com a organização de pesquisas marinhas ProMare. O navio controlado por robôs tem estimativa de finalizar sua viagem dentro de três ou quatro semanas navegando os cinco mil quilômetros de percurso.
O trajeto realizado pelo primeiro dos navios autônomos é o mesmo feito pelo Mayflower original, que trouxe os “pais peregrinos” para a Nova Inglaterra em 1620. Eles foram os primeiros ingleses a emigrarem para a América do Norte, fundando suas colônias que se transformaram nos Estados Unidos.
O navio autônomo é feito de alumínio e carbono e não foi criado para o transporte de pessoas, e sim para realizar pesquisas sobre a população marinha e rastrear mamíferos aquáticos. A embarcação controlada por robôs possui 15 metros de comprimento e cerca de 6 metros de largura. O navio é impulsionado por um motor movido a bateria e também a energia solar que garante uma velocidade máxima de 18 km/h.
Navio autônomo da IBM Possui mais de 50 sensores
A autonomia do Mayflower é criada por mais de 50 sensores, câmeras de alta definição e um sistema de inteligência artificial da IBM para identificar e evitar obstáculos, condições climáticas e correntes hostis em alto mar. O navio controlado por robôs também possui a capacidade de seguir as normas internacionais de navegação e utilizar cartas náuticas atualizadas em tempo real.
Apesar do navio ser totalmente autônomo, todo o seu monitoramento é acompanhado pelo centro de comando instalado em Plymouth, na Inglaterra, que fica em alerta por 24 horas caso seja necessário assumir o controle.
Mayflower promete trazer avanços para a ciência
O Navio autônomo transporta uma carga marítima científica de aproximadamente 700 kg, incluindo sensores acústicos, de temperatura e de nutrientes que serão usados para a coleta de informações que contribuirão com o avanço da ciência. Apesar de sozinho, o navio tem capacidade de coletar amostras de água e detectar a presença de microplásticos, além de analisar o nível do mar e a sua composição química.
Outra missão dos cientistas é o aperfeiçoamento deste tipo de sistema para que seja utilizado novamente no futuro industrial dos transportes marítimos. Todos os dados coletados serão oferecidos de forma gratuita para empresas que desejam investir em programas de Inteligência Artificial para desenvolver técnicas em navios autônomos.
Para quem deseja acompanhar ou ver partes da viajem do Mayflower através do oceano Atlântico ao vivo, a IBM está disponibilizando uma webcam que capta imagens em tempo real do trajeto da embarcação, 24 horas por dia e sete dias por semana. Mas vale ressaltar que ela não funciona quando o navio passa por alguma região onde não há cobertura das redes de comunicação.