A maior embarcação da histórica da Marinha Brasileira, o antigo porta-aviões São Paulo, deverá deixar o litoral brasileiro rumo à Turquia nesta semana. As informações foram disponibilizadas pela AIRWAY. Em 2021, o casco do navio aeródromo foi arrematado por um valor de R$10,5 milhões por representantes do estaleiro turco Sok Denizcilikve Tic, especializado no desmonte de navios desativados.
O porta-aviões São Paulo terá suas instalações desmontadas na região de Aliağa, situada no Mar Egeu. Neste sentido, o rebocador responsável pelo transporte da embarcação para a Turquia, o Apl Centre com bandeira da Holanda, já está ancorado no Rio de Janeiro (RJ), à espera dos trâmites legais finais para começar o deslocamento. Atualmente, o navio desativado está atracado na Ilha das Cobras, na Baía da Guanabara.
Desde 2018, o destino do porta-aviões São Paulo vem sendo discutido. Uma das propostas para o seu destino, idealizada pelo Instituto São Paulo/Foch, cogitou transformar a embarcação em um museu flutuante. Entretanto, a ideia mirabolante foi descartada pela Marinha do Brasil.
Buscam o Porta-Aviões SP
Porta-aviões São Paulo foi o maior navio de guerra do Brasil
O Porta-aviões São Paulo foi comprado pela Marinha do Brasil no ano 2000, em um leilão francês. Na época, a compra foi realizada pelo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. O navio tinha a missão de substituir o NAeL Minas Gerais, que atuou nos mares brasileiros entre 1960 e 2001.
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Durante o seu período de atuação, o São Paulo era o porta-aviões mais antigo do planeta em operação. A princípio, a embarcação foi lançada ao mar em 1960 e serviu a Marinha Nacional da França sob o título de FS/Foch, entre 1963 e 2000. Sob o domínio francês, o navio de 32,8 toneladas e 265 metros de comprimento atuou em frentes de combate na África, Europa e Oriente Médio.
Sob o comando da Marinha do Brasil, a embarcação não teve uma carreira longa, sendo, inclusive, bastante conturbada; ela foi marcada por uma série de problemas mecânicos, além de acidentes. Devido aos empecilhos, o navio passou mais tempo atracado do que operando. Somente em fevereiro de 2017, após desistência de atualizar o porta-aviões São Paulo, o comando naval decidiu desativar a embarcação por completo.
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Segundo dados fornecidos pela Marinha brasileira, o porta-aviões São Paulo permaneceu por 206 dias no mar, navegou por mais de 54.024,01 milhas, cerca de 85.000 km, e realizou 566 catapultagem de aeronaves. Neste sentido, a maior aeronave operada pela embarcação foi o caça naval AF-1, uma nomenclatura nacional para o McDonnell Douglas A-4 Skyhawk que, atualmente, está operando a partir de bases terrestres.
Somente em 2017 a Marinha do Brasil deixou de utilizar o São Paulo. Porém, antes de vendê-lo, foi informado que todos os equipamentos eletrônicos e de navegação foram removidos, portanto, tecnicamente a embarcação foi transformada em um casco, sendo impossibilitado de navegar sem ser rebocado.
Atualmente, o comprador na embarcação assumiu a responsabilidade de transportá-lo seguramente, sem causar qualquer dano ao ambiente. Devido a uma exigência francesa, o desmanche só poderá ocorrer em uma estaleiro credenciado pela União Europeia para esse tipo de atividade. Algumas estimativas apontam que a embarcação possui cerca de 900 toneladas de amianto em sua estrutura, sendo uma substância altamente tóxica e degradante ao meio ambiente.
Caso fosse transformado em um museu, como um dos planos inicial pretendia, o porta-aviões São Paulo repetiria o exemplo do porta-aviões Intrepid Museum Sea, uma das grandes atrações de Manhattan, em Nova York, que conta com restaurantes, salas de exposições, áreas de visitação, espaços para lazer e acervo da história militar.