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Drenagem na Baía de Guanabara ajuda turismo de cruzeiros marítimos na temporada 2022/2023

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 10/10/2022 às 15:08
Atualizado em 14/10/2024 às 16:49
Drenagem na Baía de Guanabara
Drenagem na Baía de Guanabara (Foto/divulgação)

Depois de dois anos limitando a chegada de navios de passageiros devido à pandemia de covid-19, o Rio de Janeiro se prepara para retomar a temporada de cruzeiros que deve trazer 500 mil turistas à cidade.

Uma das principais intervenções previstas no pacote começou nesta semana: a dragagem da Baía de Guanabara em frente ao terminal de passageiros da Praça Mauá. Este trabalho é necessário porque nos últimos anos grandes empresas investiram na construção de navios maiores, que demandam calados maiores.

Rio de Janeiro espera grande número de passageiros na temporada 2022/2023

O Rio de Janeiro deverá ter o segundo maior número de passageiros de cruzeiros de sua história. O recorde aconteceu na temporada 2010/2011, quando a cidade recebeu 641.121 visitantes. Com o aumento da profundidade, o terminal de passageiros passa a poder receber o MSC Seashore, que tem capacidade para 5.877 passageiros e 339 metros. Ele estará na Praça Mauá nos dias 9 de dezembro e 27 de março de 2023.

A primeira embarcação a chegar, a Silver Cloud, fará escala no Rio por dois dias. É um dos menores barcos da temporada. Pode acomodar 254 passageiros e 212 tripulantes. Esta será sua segunda parada no Rio. A primeira vez foi durante as Olimpíadas de 2016. As estrelas do basquete da NBA e dos EUA optaram por manter o foco no navio, hospedando-se na Vila Olímpica da Barra da Tijuca.

A dragagem vai retirar 100 mil metros cúbicos de areia e detritos do fundo da baía, o suficiente para encher mais de 50 piscinas olímpicas. As operações ocorrerão em ancoradouros e nas chamadas “bacias evolutivas”, área próxima aos portos onde os navios podem manobrar para chegar ao cais e sair de lá.

O objetivo, explica Luiz Fernando Walther de Almeida, Diretor de Gestão Portuária da Companhia Docas, é nivelar a área a uma profundidade de pelo menos dez metros. Hoje, alguns pontos não ultrapassam 8,3 metros de altura, o que é um empecilho para navios que transportam mais de 5.000 passageiros acima de 9 metros. Coordenada pela Companhia Docas, a operação custará 8,5 milhões de reais de recursos estatais.

Última mudança aconteceu em 2011

A última grande dragagem da baía ocorreu em 2011, quando foram alterados 3,9 milhões de metros cúbicos, incluindo os limites das áreas de carga e passageiros. No troço da estrada onde estão atracados os navios mercantes, ao contrário das zonas turísticas, os resíduos têm sido continuamente removidos para manter as operações na zona.

Anteriormente, os grandes navios de passageiros até tinham como escalar os portos, mas isso acontecia na área de carga, cujos canais eram muitas vezes dragados. Mesmo com essa obra, a área pode continuar sendo utilizada por turistas, já que o Pier Mauá, franqueado que opera o terminal de passageiros, só pode acomodar três barcos por vez.

Outras medidas também foram tomadas para melhorar a infraestrutura. O Pier Mauá reduziu sua equipe de 15 pessoas na entressafra e está contratando 250 pessoas, entre profissionais de turismo, estudantes de turismo e equipe de apoio, para receber os turistas. Uma das áreas mais críticas, o controle de bagagens, recebeu equipamentos de raios-X mais modernos.

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Bruno Teles

Bruno é aficionado por tudo que envolva assunto naval e seu ofício é entregar informações completas e precisas.

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