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Projeto de portos no trajeto Paraguai-Paraná trará danos ao meio ambiente

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 18/02/2022 às 11:28
Atualizado em 19/08/2022 às 05:08
A licença ambiental necessária para o desenvolvimento do projeto de hidrovias no Mato Grosso que criará três portos no trajeto Paraguai-Paraná foi concebida, mas pode trazer impactos ambientais no futuro
A licença ambiental necessária para o desenvolvimento do projeto de hidrovias no Mato Grosso que criará três portos no trajeto Paraguai-Paraná foi concebida, mas pode trazer impactos ambientais no futuro. Fonte: Divulgação

A licença ambiental necessária para o desenvolvimento do projeto de hidrovias no Mato Grosso que criará três portos no trajeto Paraguai-Paraná foi concebida, mas pode trazer impactos ambientais no futuro

O projeto da hidrovia Paraguai-Paraná está avançando no estado do Mato Grosso e, nessa última terça-feira, (15/02), o que se enxerga são diversos impactos ambientais que podem ser desencadeados com a criação dos portos previstos na iniciativa. Com isso, as entidades ambientais do estado estão se posicionando contra a continuidade do projeto e a favor da suspensão da licença ambiental que já foi concebida para o desenvolvimento do projeto na região.

Veja também:

Mato Grosso conta com projeto de portos da hidrovia Paraguai-Paraná em desenvolvimento e órgãos ambientais apontam riscos para o meio ambiente na região 

O projeto da hidrovia Paraguai-Paraná passou a ter avanços estruturais neste ano em Cáceres, no Mato Grosso, mas já havia sido desenvolvido na década de 80. Assim, a iniciativa já conseguiu uma licença ambiental para o início das construções e muito tem se debatido sobre os impactos ambientais que essa hidrovia irá causar na região, alterando o curso das águas e afetando negativamente o meio ambiente do estado. 

Assim, o projeto da hidrovia Paraguai-Paraná, que prevê a construção de três portos, dois na região de Cáceres (Barranco Vermelho e Paratudal) e outro em Porto Esperança (Porto Paraíso-Corumbá), vem sendo cada vez mais criticado por entidades ambientalistas de todo o estado. Com isso, a Embrapa Pantanal e o Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul alertaram para os impactos ambientais que serão potencializados e destacaram que o projeto irá colocar em risco a Estação Ecológica Taiamã, o Parque Estadual do Guirá (Rio Cuiabá), o Parque Nacional (Parna) do Pantanal Mato-Grossense.

Em consequência desses riscos, um principal movimento popular e do terceiro setor criado para questionar a construção da etapa I dessa hidrovia está ocorrendo neste começo de ano em Cáceres, onde fica a nascente do Rio Paraguai, e também em Cuiabá. Assim, as entidades ambientalistas da região continuam com seus esforços para impedir que o projeto siga adiante e se mantém contrários à construção dos três portos e da hidrovia Paraguai-Paraná no estado do Mato Grosso, buscando defender os direitos ambientais que o local possui. 

Carta pública é elaborada para questionar o governo do Mato Grosso em relação ao projeto da hidrovia Paraguai-Paraná no estado 

Ainda em razão das fortes manifestações contrárias à construção desses portos no Mato Grosso, que irão afetar o curso das águas na região, foi elaborada uma carta pública com o apoio de de 168 entidades locais, nacionais e internacionais, para questionar o governo de Mato Grosso sobre a autorização que o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema/MT) deu, no dia 26 de janeiro, autorizando a construção da etapa de montagem do Porto Barranco Vermelho. A carta ainda critica o posicionamento do governo e alerta para os impactos ambientais que podem ser gerados com a construção do projeto. 

A carta pública afirma que “Nos últimos anos, esses órgãos governamentais abandonaram suas funções precípuas para atuarem favoravelmente às empresas. As organizações ambientalistas Observatório Pantanal e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) manifestaram posicionamentos contrários à navegação no Pantanal, via Rio Paraguai, alertando que a construção da hidrovia causará danos à Estação Ecológica de Taiamã e ao meio ambiente como um todo, inclusive à atividade pesqueira”.

Além disso, a carta alerta para os riscos que serão colocados sobre os os macrohabitats, pois nesta região o pulso de inundação apresenta maiores valores de frequência, duração e amplitude. Agora, o que as entidades ambientalistas do Mato Grosso esperam é um posicionamento do governo e a possível suspensão desse projeto no estado.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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