A aproximação entre Coreia do Norte e Rússia desperta preocupação internacional sobre proliferação nuclear
A crescente parceria entre Rússia e Coreia do Norte tem chamado atenção de potências ocidentais, especialmente após o anúncio da construção do primeiro submarino nuclear da Coreia do Norte. Esse desenvolvimento sinaliza uma nova fase no programa militar de Pyongyang, que pode alterar o equilíbrio de forças no leste da Ásia e gerar preocupações sobre a estabilidade global.
Nos últimos meses, a aliança entre os dois países se intensificou, com trocas estratégicas que vão desde blindados e petróleo até tecnologias militares avançadas. A suspeita de que a Rússia esteja fornecendo suporte técnico para a construção do submarino nuclear norte-coreano coloca os Estados Unidos e seus aliados em alerta máximo.
Especialistas indicam que esse avanço pode representar um divisor de águas na capacidade militar de Pyongyang, permitindo que o país opere de forma mais furtiva e amplie seu alcance em possíveis ataques nucleares. O anúncio reacende debates sobre segurança regional e o impacto da cooperação entre Moscou e Pyongyang na geopolítica global.
-
Navalshore 2025 bate recordes e promete revolucionar o setor naval brasileiro
-
Marinha e UFRJ lideram revolução energética: Brasil aposta alto em energia nuclear no mar com reatores modulares que podem transformar plataformas offshore e submarinos
-
Brasil encurta o oceano: nova rota direta com a China reduz pela metade o tempo de transporte e muda o jogo do comércio global brasileiro!
-
Gigante dos mares de 6,5 bilhões: Norwegian Aqua redefine o conceito de cruzeiro de luxo com montanha-russa aquática e experiências incríveis!
O primeiro submarino nuclear da Coreia do Norte
A confirmação da construção do submarino nuclear da Coreia do Norte veio através de um relatório divulgado pela KCNA (Korean Central News Agency), a agência estatal de notícias do país. Segundo o documento, Kim Jong-un inspecionou pessoalmente os avanços da nova embarcação, que aparenta ser significativamente maior do que os submarinos convencionais da frota norte-coreana.
Até o momento, a Coreia do Norte operava apenas submarinos da era soviética movidos a diesel e eletricidade. Esse modelo limita a autonomia das embarcações, pois exige que elas emerjam regularmente para recarregar suas baterias. Um submarino nuclear, por outro lado, poderá permanecer submerso por longos períodos, garantindo operações mais discretas e eficientes.
Parceria estratégica com a Rússia pode acelerar o desenvolvimento militar da Coreia do Norte
O apoio da Rússia à Coreia do Norte tem sido motivo de crescente preocupação para a comunidade internacional. Desde 2024, os dois países têm trocado “presentes” estratégicos, incluindo equipamentos militares e tecnologia avançada. O fornecimento de armamento convencional norte-coreano para a guerra na Ucrânia pode estar sendo compensado com transferência de conhecimento técnico da Rússia, principalmente no setor nuclear.
Muitos analistas acreditam que o grande avanço da Coreia do Norte na construção do submarino nuclear pode estar diretamente ligado à assistência russa. Se Moscou de fato estiver fornecendo suporte para a miniaturização de reatores nucleares, Pyongyang poderá reduzir significativamente o tempo necessário para concluir o projeto.
Segundo Yang Moo-jin, presidente da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul, essa cooperação pode acelerar o desenvolvimento do programa nuclear naval norte-coreano em pelo menos uma década. Já Moon Keun-sik, especialista em submarinos, sugere que, se o projeto continuar progredindo no ritmo atual, os primeiros testes da embarcação poderiam ocorrer dentro de um ou dois anos.
Capacidades do submarino nuclear da Coreia do Norte: o que se sabe até agora?
Embora a Coreia do Norte não tenha divulgado muitos detalhes sobre a nova embarcação, algumas informações podem ser inferidas a partir das imagens e declarações oficiais. O submarino nuclear em construção pode pertencer a uma classe de 6.000 a 7.000 toneladas, com capacidade para transportar até 10 mísseis balísticos estratégicos.
A menção a “mísseis estratégicos guiados” sugere que a embarcação poderá ser equipada com armas nucleares, tornando-se uma ameaça ainda mais difícil de conter. Diferente dos submarinos convencionais norte-coreanos, essa nova unidade terá capacidade de operar por longos períodos sem precisar emergir, o que aumenta drasticamente sua capacidade de ataque e defesa.
Os Estados Unidos já manifestaram preocupação sobre o possível desenvolvimento do submarino nuclear da Coreia do Norte. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Brian Hughes, afirmou que a Casa Branca está acompanhando de perto a situação, reiterando que Washington continua comprometido com a desnuclearização da península coreana.
Kim Jong-un e sua obsessão por armamento estratégico: o papel da Rússia no avanço norte-coreano
A construção de um submarino nuclear faz parte de um plano mais amplo de modernização militar da Coreia do Norte, traçado por Kim Jong-un desde 2021. Naquele ano, o líder norte-coreano anunciou uma série de metas para fortalecer as forças armadas do país, incluindo:
- Desenvolvimento de mísseis balísticos intercontinentais de combustível sólido;
- Construção de armas hipersônicas;
- Lançamento de satélites espiões;
- Desenvolvimento de ogivas nucleares múltiplas;
- Construção de submarinos nucleares.
Até recentemente, especialistas acreditavam que a Coreia do Norte não possuía a tecnologia necessária para desenvolver um reator nuclear compacto para propulsão submarina. No entanto, com a crescente influência da Rússia, essa realidade pode ter mudado.
Se o Kremlin realmente estiver auxiliando Pyongyang, as implicações estratégicas podem ser profundas. Além de reforçar a capacidade de defesa da Coreia do Norte, isso também criaria uma nova frente de pressão contra os Estados Unidos e seus aliados, tornando o cenário geopolítico ainda mais instável.
O impacto global do submarino nuclear norte-coreano e as possíveis reações internacionais
O desenvolvimento do primeiro submarino nuclear da Coreia do Norte não passa despercebido no tabuleiro da política global. Esse avanço pode levar a uma série de respostas por parte de países como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, que podem intensificar sanções econômicas e reforçar sua presença militar na região.
Além disso, a aliança crescente entre Rússia e Coreia do Norte pode ter desdobramentos imprevisíveis. Se de fato houver uma troca de tecnologia militar entre os dois países, os Estados Unidos podem adotar medidas mais agressivas para conter a influência de Moscou sobre Pyongyang.
O Conselho de Segurança da ONU também poderá avaliar novas sanções contra a Coreia do Norte e buscar formas de limitar o avanço de seu programa nuclear. No entanto, com o apoio da Rússia e da China, a aplicação de medidas restritivas pode ser desafiadora.
O anúncio do submarino nuclear marca um momento decisivo para a segurança internacional. A entrada da Coreia do Norte na era da propulsão nuclear submarina pode representar uma mudança no equilíbrio militar da Ásia e, potencialmente, uma nova fase na corrida armamentista global. Enquanto o projeto avança, o mundo observa com cautela os próximos passos de Pyongyang e seu aliado russo.