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Alerta máximo: Reino Unido confronta Putin após navio espião russo se aproximar das águas britânicas

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 23/01/2025 às 07:52
Reino Unido
FOTO: Reprodução

A Marinha Real monitora o navio espião russo Yantar em águas britânicas, reforçando a segurança contra ameaças à infraestrutura submarina crítica

A Marinha Real está monitorando de perto o navio russo Yantar, suspeito de atividades de espionagem em águas britânicas.

O secretário de defesa, John Healey, confirmou aos parlamentares nesta semana que o embarque foi bloqueado no Canal da Mancha, a cerca de 45 milhas da costa do Reino Unido, e que o incidente reflete “uma crescente agressão russa“.

O papel do Yantar e as preocupações ocidentais

Descrito pela Rússia como um navio de pesquisa oceânica operado pelo Ministério da Defesa, a embarcação é amplamente visto por nações ocidentais como uma ferramenta para espionagem.

Ele está equipado com dispositivos de vigilância e drones submersíveis capazes de operar no fundo do oceano, o que o torna capaz de mapear cabos submarinos e infraestrutura submersa crítica.

A infraestrutura submarina é vital. Mais de 95% do tráfego de internet global passa por cabos submarinos, além de dutos e cabos de energia que conectam países. Healey destacou a importância de proteger esses recursos e afirmou que a atividade russa aumentou desde a invasão da Ucrânia.

Este navio é uma ameaça clara. Sabemos o que está sendo feito e estamos preparados para tomar medidas energéticas para proteger nosso país”, disse o secretário.

Ações da marinha real

Nos últimos dois dias, os navios HMS Somerset e HMS Tyne foram mobilizados para monitorar os movimentos do Yantar nas águas do Reino Unido.

Healey revelou ter autorizado mudanças nas regras de engajamento, permitindo que os navios de guerra britânicos se aproximassem ainda mais do embarque russo. Até o momento, a Yantar tem respeitado as normas internacionais de navegação.

Este é o segundo incidente ocorrido com o Yantar em águas britânicas nos últimos meses. Em novembro, o navio foi flagrado sobrevoando áreas próximas à infraestrutura submarina crítica do Reino Unido.

Na ocasião, um submarino britânico emergiu perto do Yantar, um movimento descrito por Healey como uma “medida de dissuasão clara“.

O Yantar recebeu um aviso verbal das britânicas antes de deixar as autoridades em direção ao Mediterrâneo.

Colaboração com a OTAN e reforço da vigilância

O governo britânico intensificou a colaboração com aliados da OTAN para monitorar e proteger infraestruturas críticas em países europeus.

Healey anunciou que a Força Aérea Real (RAF) fornecerá aeronaves de vigilância para missões no Mar Báltico, um ponto sensível devido à recente suspeita de sabotagem de um cabo submarino entre a Estônia e a Finlândia.

Este incidente alimenta temas de ações semelhantes em outras partes da Europa. As autoridades finlandesas investigam se um navio russo foi responsável pelos danos ao cabo detectado em dezembro.

Debates internos sobre defesa

O episódio reacendeu debates no Parlamento Britânico sobre o fortalecimento das defesas nacionais. James Cartlidge, secretário de defesa adjunto, elogiou a transparência do governo em relação à ameaça russa e apoiou a decisão de suportar as regras de engajamento.

Isso envia uma mensagem poderosa a Putin: não seremos intimidados”, afirmou.

No entanto, os críticos argumentam que a resposta precisa ser mais firme. Grant Shapps, ex-secretário de defesa, sugeriu que o Reino Unido deveria adotar uma postura mais assertiva, incluindo a possibilidade de dissuadir navios suspeitos de espionagem.

Se há suspeitas, é preciso investigar, mesmo que isso signifique reter a embarcação por um tempo”, disse ele em entrevista à BBC.

Por sua vez, Sir Gavin Williamson, também ex-secretário de defesa, alertou que a ameaça russa está crescendo rapidamente e que as forças armadas precisam de mais recursos. “A Marinha Real e a RAF precisam urgentemente de uma injeção de investimentos para lidar com essa nova realidade”, afirmou.

Um cenário de crescente tensão

A entrega do Yantar ocorre em meio a uma escalada de petróleo entre a Rússia e os países ocidentais. Desde o início da guerra na Ucrânia, as suspeitas sobre ações russas no Atlântico e em águas europeias aumentaram significativamente.

Especialistas apontam que proteger a infraestrutura submarina será um dos maiores desafios de segurança nos próximos anos.

O caso da Yantar reforça a urgência de medidas coordenadas entre os aliados da OTAN para garantir a segurança marítima e a proteção das redes globais de comunicação e energia. Para o Reino Unido, o comunicado ao Kremlin é claro: qualquer ação hostil será rigorosamente monitorada e respondida.

Com monitoramento constante, mudanças nas estratégias de defesa e reforço da vigilância internacional, o governo britânico tenta se antecipar a ameaças potenciais. A postura mais firme das autoridades sinaliza que incidentes como o do Yantar podem ser tratados com ações ainda mais diretas no futuro.

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