Para seguir em frente e crescer cada vez mais, é necessário que mais investimentos sejam realizados nos portos brasileiros
Aconteceu, nesta quinta-feira (21), o Summit Portos 5.0, evento organizado pelo Grupo Tribuna, em Brasília. O foco da discussão foi o próprio setor portuário e a importância de haver uma mudança cultural urgentemente, principalmente pelo Governo Federal, através de investimentos. Só assim será possível alcançar uma alteração na estratégia regulatória do nicho. A conclusão foi feita a partir dos comentários feitos por autoridades diversas, como o presidente da Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara dos Deputados, Carlos Chiodini, e o segundo diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery.
Confirma outras notícias do setor portuário:
Brasil pode se tornar um país competitivo no ramo dos portos, mas para isso é essencial ter mais investimentos
O Brasil Terminal Portuário, também conhecido apenas como BTP, tem conseguido cada vez mais destaque e mostra potencial em se tornar uma das maiores entidades do mundo no segmento. No entanto, como aponta Patrício Júnior, presidente do Conselho de Administração da BTP: “Porto, quando se faz investimento, ganha em eficiência. E isso reflete no custo final”.
Por isso, toda a liderança da entidade aguarda, desde maio, uma resposta do Governo Federal para que o devido investimento seja feito. No entanto, mesmo com a lentidão no processo, o presidente ainda vê o lado positivo da situação ao reconhecer a aproximação com os gestores técnicos do setor. Isso faz com que a relação com as autoridades fique mais próxima e tranquila.
Chiodini, para complementar o pensamento, reforça a importância do relacionamento entre o porto e duas esferas distintas: a sociedade e os investidores. É apenas com o equilíbrio entre ambas que o segmento conseguirá crescer cada vez mais e ajudar a economia brasileira a alcançar grandes patamares.
Para resumir sua fala, o político chegou a mencionar: “Ao longo dos anos, o ambiente está mais propício, funcional e mais pronto para o Brasil se tornar um país competitivo”. Assim, fica claro que o potencial de crescimento já existe, basta que o Governo Federal enxergue o potencial do BPT e passe a investir na entidade com mais esforço, deixando para trás os grandes atrasos, como esse pelo qual estão passando.
A legislação brasileira deveria ajudar o setor portuário, mas acaba trazendo mais complicações
De acordo com Nery, que também participou da discussão, está acontecendo, de fato, uma mudança na visão regulatória sobre o setor portuário, mas ainda existem certas dificuldades. Entre elas, o segundo diretor-geral da Antaq menciona a legislação que, de acordo com ele, gera um “efeito perverso” a todos à sua volta.
Além disso, a forma com que todo o processo ocorre de forma discreta, sem dar a devida abertura ao público para entender o que está acontecendo, também resulta em um sentimento negativo.
Este pensamento é reforçado por Manoel Moreira, coordenador geral de Infraestrutura do Tribunal de Contas da União (TCU). Para ele, é essencial começar a pensar em estratégias que revertam esse tipo de lógica restrita. Como disse em sua própria fala: “Temos a missão única de tornar o processo mais transparente, mais bem informado e bem refletido.”
Assim, mais pessoas serão capazes de entender, de forma simples e didática, o que acontece por trás de todos os trâmites que ainda passam despercebidos pela população. Ou seja, é preciso que haja uma redução na questão burocrática, assim como uma regulação mais responsiva para fazer com que o setor portuário brasileiro consiga crescer com todo potencial.
O Governo Federal, como órgão superior do país, tem a responsabilidade de atuar sobre esses dois pontos, garantindo que o segmento receba a atenção que merece. Afinal, como foi mencionado anteriormente pelas diferentes entidades, o Porto tem um grande papel na economia nacional e pode trazer um impacto positivo.