A Grécia avalia a compra de duas fragatas FREMM da Marinha da Itália para modernizar sua frota, fortalecendo a defesa no Mar Egeu e Mediterrâneo.
Em um movimento que pode mudar o cenário da segurança no Mar Egeu e Mediterrâneo, o governo italiano notificou oficialmente a Grécia sobre a disponibilidade de duas fragatas FREMM (classe Carlo Bergamini) para possível transferência até o final da década. Segundo o relatório divulgado pelo meio de comunicação local Doureios, as embarcações Carlo Bergamini (F 590) e Virginio Fasan (F 591) seriam oferecidas à Marinha da Grécia. Este gesto vem em um contexto mais amplo de renovação das capacidades da Marinha Helênica e está sendo avaliado pelo Ministério da Defesa grego.
O contexto da oferta italiana das Fragatas FREMM à Grécia
A oferta de fragatas FREMM (Frégates Européennes Multi-Missions), feita pelo governo italiano, visa fornecer duas unidades da classe Carlo Bergamini para a Marinha da Grécia.
A primeira fragata, a Carlo Bergamini (F 590), é uma embarcação de uso geral (GP), enquanto a Virginio Fasan (F 591) é uma fragata especializada em guerra antissubmarino (ASW).
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Ambas as embarcações têm sido um pilar essencial da Marinha da Itália, e, embora estejam em serviço há mais de uma década, ainda possuem características e capacidades modernas que as tornam altamente atraentes para a Marinha grega.
A transferência dessas fragatas só seria possível após a entrega das novas fragatas FREMM EVO para a Marinha Italiana, previstas para os anos de 2029 e 2030.
Embora ainda não haja uma decisão final, a Grécia está ativamente considerando essa transferência, o que pode representar um importante passo na modernização de sua frota naval.
Características das Fragatas FREMM
As fragatas FREMM oferecem um leque impressionante de capacidades para missões multifuncionais.
Com 144,6 metros de comprimento e um deslocamento de 6.700 toneladas, ambas as embarcações possuem uma velocidade máxima de 27 nós.
Equipadas com células de lançamento vertical SYLVER A50, as fragatas podem lançar mísseis Aster 15 ou 30, além de contar com torpedos MU90 e um canhão SR OTO Melara Otobreda de 76/62 mm, o que garante grande poder de fogo.
Além disso, as fragatas possuem radares AESA avançados e a capacidade de operar helicópteros de até 10 toneladas, oferecendo flexibilidade em missões de patrulhamento e combate.
A variante ASW, presente na fragata Virginio Fasan, é equipada com o sonar CAPTAS-4 e o sistema UMS 4110 CL, aumentando significativamente sua capacidade de detectar submarinos inimigos.
Adicionalmente, a embarcação ASW está equipada com mísseis MILAS, ideais para neutralizar submarinos.
A Marinha da Grécia e o processo de modernização naval
A Marinha da Grécia está atravessando um período crucial de renovação e modernização de sua frota.
O país, preocupado com os desafios geopolíticos no Mar Egeu e no Mediterrâneo, está buscando diversificar suas capacidades navais.
O vice-almirante Ioannis Drymousis, comandante da Marinha Helênica, tem manifestado preocupações sobre a lentidão do processo de renovação e afirmou que as atuais propostas podem ser insuficientes para enfrentar as crescentes ameaças na região.
Atualmente, a Grécia está investindo na aquisição de fragatas da classe Belharra (FDI), produzidas pelo Naval Group, além de trabalhar na modernização de suas quatro fragatas MEKO 200HNs. O país também está avaliando a atualização de seus submarinos da classe Papanikolis, buscando fortalecer a presença naval e aprimorar suas capacidades de defesa.
O papel das Fragatas FREMM na defesa nacional da Grécia
As fragatas FREMM da Marinha da Itália, com suas impressionantes capacidades, representam uma adição valiosa para a Marinha da Grécia.
Se a transferência se concretizar, a Grécia ganharia duas embarcações modernas e bem equipadas, capazes de atender a uma gama de missões, desde defesa de área até guerra antissubmarina.
A chegada das fragatas FREMM da Itália pode ajudar a suprir uma parte das lacunas de capacidade que a Marinha Helênica enfrenta atualmente, especialmente no que diz respeito ao combate a submarinos inimigos, uma das principais ameaças no Mediterrâneo oriental.
Além disso, as fragatas podem ser utilizadas em patrulhamentos no Mar Egeu, região de alta tensão geopolítica, reforçando a presença grega e aumentando sua capacidade de dissuasão.