A Petrobras informou que o navio plataforma (FPSO), de nome Anita Garibaldi, deixou o estaleiro DSIC Marine Yard em Dalian, na China, para o Brasil, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira.
A embarcação será instalada nos campos de Marlim e Voador, na Bacia de Campos, e faz parte de um plano de renovação de ativos maduros na região, que prevê um investimento de US$ 16 bilhões.
Como o navio plataforma da Petrobras vai trabalhar
A produção do novo sistema está prevista para começar no terceiro trimestre de 2023 e terá capacidade para produzir até 80 mil barris de petróleo por dia (bpd) e processar até 7 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Antes de chegar à Bacia de Campos, o novo FPSO será embarcado para o Estaleiro Jurong, na cidade de Ara Cruz (ES), onde passará pelo processo de comissionamento, além de inspeções regulatórias e testes operacionais. Além de Anita Garibaldi, os campos receberão o FPSO Anna Nery, com início de produção previsto para o primeiro trimestre de 2023. Juntas, as duas unidades flutuantes substituirão nove plataformas do Marlim e do Voador.
Conheça mais sobre o navio plataforma
Os FPSOs (floating, production, storage and offloading) são navios com capacidade para processar e armazenar o petróleo, e prover a transferência do petróleo e/ou gás natural. No convés do navio, é instalada uma planta de processo para separar e tratar os fluidos produzidos pelos poços. Depois, o petróleo é armazenado nos tanques do próprio navio, sendo transferido para um navio aliviador de tempos em tempos.
O gás comprimido é enviado para a terra através de gasodutos e/ou reinjetado no reservatório. Os maiores FPSOs têm capacidade de processo em torno de 200 mil barris de petróleo por dia, com produção associada de gás de aproximadamente 2 milhões de metros cúbicos por dia. O FPSO tem como principais funções o processamento primário do petróleo extraído do reservatório, separando o Óleo do Gás Natural e dos diversos contaminantes, como por exemplo, gases tóxicos e água oleosa. Após essa separação há o armazenamento do óleo produzido em tanques e posteriormente a transferência (em inglês, offloading) deste óleo para um navio aliviador.
Como possui grandes capacidades de armazenamento e uma planta de processamento (em inglês, Topside) capaz de produzir grandes quantidades de óleo, o FPSO é a UEP ideal para ser utilizada em campos em que a produção ocorre com grandes distâncias da costa brasileira. A construção de um navio plataforma é complexa e requer uma variedade de equipamentos e serviços, desde a definição do projeto até a construção ou conversão do casco, e a definição dos módulos que compõem a planta de produção da unidade. Por isso, muitos fornecedores (inter)nacionais, estaleiros e integradores estão envolvidos no processo de construção.