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Militares do Brasil e da França concluem etapa brasileira da Operação “Jeanne D’Arc 2025” com manobra anfíbia em Fortaleza

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 28/03/2025 às 18:33
Cooperação militar entre Brasil e França é reforçada em grande exercício naval denominado Operação “Jeanne D’Arc 2025”.
Foto: Marinha do Brasil

Cooperação militar entre Brasil e França é reforçada em grande exercício naval denominado Operação “Jeanne D’Arc 2025”.

A Operação “Jeanne D’Arc 2025”, um dos mais importantes treinamentos militares entre Brasil e França, teve sua fase brasileira concluída na última terça-feira (25). O encerramento ocorreu com uma imponente operação anfíbia na Praia Mansa, localizada na região metropolitana de Fortaleza, no Ceará. O evento reuniu cerca de 1.200 militares, sendo 600 brasileiros e 600 franceses, além de contar com a presença de autoridades e especialistas do setor de defesa.

Com a participação da Marinha do Brasil e da Marinha Nacional da França, a operação teve como principal objetivo reforçar a interoperabilidade entre as forças e fortalecer as relações estratégicas entre os dois países.

A ação também demonstrou o potencial da diplomacia naval e a capacidade de resposta a cenários de conflito e emergências humanitárias.

Desenvolvimento do treinamento e objetivos estratégicos

A Operação “Jeanne D’Arc 2025” incluiu uma simulação de evacuação de não-combatentes, cenário essencial em situações de crise internacional.

Essa modalidade de operação visa retirar, com segurança, civis e militares não envolvidos em confrontos, garantindo proteção e suporte humanitário.

Durante a atividade, foi utilizada uma variada gama de equipamentos militares avançados. O Navio Doca Multipropósito (NDM) “Bahia”, pertencente à Marinha do Brasil, foi um dos destaques, sendo empregado na manobra pela sua versatilidade em operações navais e humanitárias.

“Esse tipo de navio tem sido uma opção para várias Marinhas do mundo, pois ele permite o emprego em diversos tipos de ambiente. Ele pode atuar, como aqui nesse exercício, em uma situação de possível conflito, mas pode também ser usado em operações humanitárias e de apoio à Defesa Civil”, explica o Comandante de Operações Navais, Almirante de Esquadra Cláudio Henrique Mello de Almeida.

Além disso, o Porta-Helicópteros Anfíbio “Mistral” e a Fragata “Surcouf”, da Marinha Francesa, reforçaram o poder de projeção e mobilização das tropas.

Operação “Jeanne D’Arc 2025”: Importância da cooperação Brasil-França

O Adido de Defesa da França no Brasil, Capitão de Mar e Guerra Matthieu Dejour, destacou a importância da parceria estratégica entre os dois países, ressaltando que a colaboração se estende além da Operação “Jeanne D’Arc 2025”.

Projetos conjuntos, como a construção de submarinos no complexo naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, e o fortalecimento da segurança marítima no Atlântico Sul, são exemplos da sinergia entre Brasil e França.

De acordo com o Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante de Esquadra (Fuzileiro Naval) Carlos Chagas Vianna Braga, esse tipo de exercício é essencial para a Marinha do Brasil, especialmente para o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN).

Segundo ele, “o CFN é a força estratégica de pronto emprego, de caráter anfíbio e expedicionário da MB. Esse tipo de exercício desloca as tropas do Rio de Janeiro, uma das nossas bases principais, até Fortaleza, embarcados em navio da nossa Força. Isso é prontidão operativa, capacidade expedicionária e capacidade anfíbia. Além disso, conseguimos executar isso tudo em uma operação combinada com um parceiro estratégico importante para nós, como é a França”.

Execução da operação anfíbia

No dia da Operação “Jeanne D’Arc 2025”, equipes de operações especiais da Marinha do Brasil desembarcaram na Praia Mansa para fazer o reconhecimento da área e garantir segurança antes do início da ação principal.

Em seguida, o NDM “Bahia” lançou os Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf) na água, que avançaram até a costa para efetuar a evacuação simulada.

Para garantir a proteção das tropas e manter o sigilo operacional, foi criada uma cortina de fumaça que ocultou o deslocamento das viaturas blindadas e permitiu a execução segura da missão.

O Centro de Controle de Evacuados foi montado logo em seguida, contando com segurança, profissionais de saúde, suporte consular e agentes de imigração para garantir um processo organizado de evacuação.

Tecnologias e equipamentos empregados

Um dos destaques da Operação “Jeanne D’Arc 2025” foi o uso do Míssil Antinavio Nacional de Superfície (MANSUP), desenvolvido no Brasil, transportado por meio da viatura “ASTROS”, do Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais.

Esse sistema de armamento foi deslocado por via terrestre, marítima e aérea, incluindo um inédito transporte pelo avião KC-390 da Força Aérea Brasileira.

No apoio aéreo, a aeronave UH-15 “Super Cougar” da Marinha do Brasil teve papel fundamental, demonstrando sua capacidade multifuncional em evacuações aeromédicas, busca e salvamento e suporte às tropas em terra.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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