Expansão visa fortalecer domínio marítimo dos EUA diante de desafios geopolíticos e crescimento de potências rivais
A Marinha dos Estados Unidos tem um plano ambicioso: quase dobrar o número de navios de guerra em operação nas próximas três décadas. A meta é passar de 296 para 381 embarcações, incluindo submarinos, porta-aviões e contratorpedeiros.
No entanto, esse objetivo enfrenta sérios obstáculos. A construção naval americana está longe de acompanhar o ritmo necessário. Um novo relatório do Government Accountability Office (GAO) revela que o setor acumula problemas há pelo menos 20 anos.
Custos altos e atrasos generalizados
Durante audiência no Comitê de Serviços Armados do Senado, o Dr. Brett A. Seidle, secretário assistente interino da Marinha, foi direto.
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“Precisamos de mais navios entregues no prazo e no orçamento, e somos desafiados em ambas as áreas”, afirmou. Segundo ele, os custos estão subindo mais rápido que a inflação. Além disso, vários cronogramas de produção estão atrasados entre um e três anos.
O relatório do GAO confirma essa visão. Os dados mostram que a Marinha dobrou seu orçamento para construção naval nas últimas duas décadas. Mesmo assim, não conseguiu atingir a quantidade planejada de navios.
Além da quantidade, há falhas na qualidade. Muitos dos navios recém-construídos não estão funcionando como esperado. Atrasos de até três anos na entrega são frequentes.
Problemas estruturais e falta de planejamento
Shelby S. Oakley, diretora do GAO, criticou a forma como os programas vêm sendo conduzidos. Para ela, os custos e prazos estão fora da realidade. “Descobrimos que os navios custam bilhões a mais e levam anos a mais para serem construídos, muitas vezes ficando aquém das expectativas de qualidade e desempenho”, disse.
Ela também apontou que esse cenário forçou os estaleiros a operarem em um “estado perpétuo de triagem”, tentando resolver problemas urgentes em vez de planejar a longo prazo.
Soluções possíveis e resistência à mudança
Seidle apresentou algumas sugestões para enfrentar os desafios. Entre elas, estão a modernização da infraestrutura, melhorias na contratação de pessoal, retenção de trabalhadores qualificados e um desempenho mais eficiente da cadeia de suprimentos.
Desde 2015, o GAO fez 90 recomendações para melhorar a construção naval. Apenas 30 foram totalmente ou parcialmente atendidas até agora. A lentidão em adotar mudanças pode dificultar ainda mais os planos da Marinha.
A meta de 381 navios continua no papel.