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Marinha dos EUA espera quase dobrar a quantidade de navios de guerra nos oceanos do mundo todo nas próximas três décadas

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 30/03/2025 às 23:09
(Marinha dos EUA/Newport News Shipbuilding)

Expansão visa fortalecer domínio marítimo dos EUA diante de desafios geopolíticos e crescimento de potências rivais

A Marinha dos Estados Unidos tem um plano ambicioso: quase dobrar o número de navios de guerra em operação nas próximas três décadas. A meta é passar de 296 para 381 embarcações, incluindo submarinos, porta-aviões e contratorpedeiros.

No entanto, esse objetivo enfrenta sérios obstáculos. A construção naval americana está longe de acompanhar o ritmo necessário. Um novo relatório do Government Accountability Office (GAO) revela que o setor acumula problemas há pelo menos 20 anos.

Custos altos e atrasos generalizados

Durante audiência no Comitê de Serviços Armados do Senado, o Dr. Brett A. Seidle, secretário assistente interino da Marinha, foi direto.

Precisamos de mais navios entregues no prazo e no orçamento, e somos desafiados em ambas as áreas”, afirmou. Segundo ele, os custos estão subindo mais rápido que a inflação. Além disso, vários cronogramas de produção estão atrasados entre um e três anos.

O relatório do GAO confirma essa visão. Os dados mostram que a Marinha dobrou seu orçamento para construção naval nas últimas duas décadas. Mesmo assim, não conseguiu atingir a quantidade planejada de navios.

Além da quantidade, há falhas na qualidade. Muitos dos navios recém-construídos não estão funcionando como esperado. Atrasos de até três anos na entrega são frequentes.

Problemas estruturais e falta de planejamento

Shelby S. Oakley, diretora do GAO, criticou a forma como os programas vêm sendo conduzidos. Para ela, os custos e prazos estão fora da realidade. “Descobrimos que os navios custam bilhões a mais e levam anos a mais para serem construídos, muitas vezes ficando aquém das expectativas de qualidade e desempenho”, disse.

Ela também apontou que esse cenário forçou os estaleiros a operarem em um “estado perpétuo de triagem”, tentando resolver problemas urgentes em vez de planejar a longo prazo.

Soluções possíveis e resistência à mudança

Seidle apresentou algumas sugestões para enfrentar os desafios. Entre elas, estão a modernização da infraestrutura, melhorias na contratação de pessoal, retenção de trabalhadores qualificados e um desempenho mais eficiente da cadeia de suprimentos.

Desde 2015, o GAO fez 90 recomendações para melhorar a construção naval. Apenas 30 foram totalmente ou parcialmente atendidas até agora. A lentidão em adotar mudanças pode dificultar ainda mais os planos da Marinha.

A meta de 381 navios continua no papel.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista com mais de uma década de experiência, especializado na cobertura de temas estratégicos como indústria naval, tecnologia, economia, geopolítica, setor automotivo, energia renovável e política. Desde 2015, atuo em grandes portais de notícias, com destaque especial para reportagens e análises sobre o setor naval, acompanhando de perto as tendências, desafios e inovações da indústria marítima nacional e internacional.

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