Trabalhadores da BAE Systems na Austrália entram em greve por aumento salarial, impactando a construção naval. A empresa negocia, mas a paralisação pode atrasar projetos estratégicos da defesa australiana.
Mais de 500 trabalhadores da defesa entraram em greve na Austrália, em um movimento que pode impactar significativamente a construção naval do país. A paralisação é liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Manufatura da Austrália (AMWU) e envolve funcionários da BAE Systems Australia, que reivindicam um aumento salarial para se igualar a outros profissionais do setor. A disputa ocorre em um momento crítico, com a BAE Systems desempenhando um papel fundamental na modernização da frota naval australiana.
Greve e reivindicações dos trabalhadores
A greve na BAE Systems afeta diretamente o setor de construção naval, com cerca de 400 trabalhadores do AMWU e 100 de outros sindicatos participando do movimento.
Os trabalhadores exigem um aumento salarial médio de 30% em três anos, argumentando que recebem, em média, 20% a menos do que outros profissionais com as mesmas habilidades na indústria naval australiana.
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O Diretor Executivo Interino da BAE Systems Maritime Australia, Paul Berryman, está liderando reuniões para tentar resolver o impasse.
No entanto, a empresa tem oferecido um aumento de apenas 12% ao longo de três anos, o que é considerado insuficiente pelos trabalhadores.
Impacto da greve na construção naval australiana
A greve ocorre em um momento crucial para a construção naval na Austrália. A BAE Systems está envolvida no Programa de Fragatas Classe Hunter, essencial para a capacidade naval do país.
Além disso, os trabalhadores também atuam em projetos de modernização dos Destruidores Classe Hobart e na construção de Navios de Patrulha Offshore (OPVs). Caso a greve se prolongue, pode haver atrasos na entrega dessas embarcações estratégicas.
O setor de construção naval na Austrália enfrenta desafios para atrair e reter profissionais qualificados.
Segundo Stuart Gordon, Secretário Estadual Interino do AMWU SA, “o futuro da indústria depende de condições salariais justas. Os trabalhadores da BAE Systems são altamente qualificados e precisam ser remunerados de acordo com o valor de seu trabalho”.
Resposta da BAE Systems
A BAE Systems Australia afirma que continua negociando com os trabalhadores de boa-fé. Um porta-voz da empresa declarou que “a BAE Systems está comprometida em garantir um acordo empresarial que proporcione melhorias nos salários e segurança no emprego a longo prazo”.
A empresa também destacou que busca equilibrar as demandas trabalhistas com a sustentabilidade financeira, garantindo um bom custo-benefício para o governo e os contribuintes australianos.
Apesar das negociações em andamento, a greve na BAE Systems continua afetando a construção naval e pode ter repercussões duradouras para a indústria da defesa australiana. A expectativa é que novos desdobramentos ocorram nos próximos dias, à medida que as partes tentam chegar a um consenso.
Sobre a BAE Systems
A BAE Systems é uma das maiores empresas globais de defesa, aeroespacial e segurança, com uma força de trabalho qualificada de aproximadamente 107.000 pessoas em mais de 40 países.
A empresa desenvolve soluções avançadas para a segurança nacional, construção naval e infraestrutura crítica. Na Austrália, a BAE Systems desempenha um papel vital na modernização da frota naval do país, com projetos estratégicos para as Forças de Defesa.
A greve dos trabalhadores da BAE Systems evidencia desafios na construção naval australiana e reforça a necessidade de políticas salariais competitivas para atrair e manter profissionais qualificados. O desfecho das negociações pode ter impacto direto na segurança e defesa do país nos próximos anos.