Exercício militar reúne 4.000 soldados, 30 navios e novas tecnologias sob liderança da Marinha espanhola para treinar operações em cenários de alta intensidade.
Teve início nesta segunda-feira (24), no Golfo de Cádis, o exercício militar Dynamic Mariner/Flotex-25, uma das maiores e mais importantes operações marítimas realizadas recentemente pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). A Marinha espanhola lidera o treinamento, que conta com a participação de cerca de 4.000 militares, 30 navios, dois submarinos, além de unidades anfíbias e aeronaves de nove países aliados, incluindo Portugal.
A operação segue até o dia 4 de abril e será realizada no litoral sul da Andaluzia, abrangendo amplas áreas marítimas para testes de capacidades navais, integração de novas tecnologias e preparação para cenários de média a alta intensidade em contexto de segurança internacional.
Portugal integra força multinacional de alto nível
A presença portuguesa no exercício militar reforça o compromisso do país com as missões conjuntas da NATO e sua atuação em iniciativas de segurança marítima multinacional. Ao lado de nações como Alemanha, Croácia, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Itália e Turquia, Portugal participa da simulação de operações navais com foco em defesa coletiva, projeção de poder e resposta a ameaças emergentes no espaço marítimo.
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Entre os principais objetivos do Dynamic Mariner/Flotex-25 estão a certificação do Quartel-General das Forças Marítimas Espanholas (SPMARFOR) como Comando do Componente Marítimo (MCC) das Forças de Reação da Aliança (ARF) da NATO, função que será exercida entre julho de 2025 e julho de 2026.
Tecnologia e interoperabilidade em foco durante o exercício militar
Durante o exercício, os participantes testam diversas capacidades estratégicas, como:
- Operações anfíbias
- Guerra antissubmarino
- Defesa cibernética
- Comando e controle integrados
- Emprego de drones (aeronaves não tripuladas) em operações navais
A incorporação de tecnologia de ponta é uma das prioridades do treinamento, visando a interoperabilidade entre os países aliados, ou seja, a capacidade de atuarem de forma conjunta e eficiente em situações reais de crise.
Segundo o Ministério da Defesa espanhol, o exercício “demonstra coesão com os países aliados ao promover a interoperabilidade” e reforça a prontidão militar das forças envolvidas em resposta a ameaças que possam comprometer a segurança marítima e regional.
SPMARFOR se prepara para liderar operações da NATO
O Quartel-General das Forças Marítimas Espanholas (SPMARFOR) tem papel central na operação e busca alcançar a certificação para comandar forças navais da NATO. Isso significa que a Espanha poderá liderar operações de resposta rápida da aliança em contextos de emergência, a partir de 2025.
Esse papel inclui a coordenação de missões navais em larga escala, tanto defensivas quanto ofensivas, atuando de forma integrada com os comandos terrestres, aéreos e cibernéticos da organização. A certificação no exercício Dynamic Mariner/Flotex-25 é um passo essencial para garantir que o comando espanhol esteja preparado para responder com eficácia a qualquer crise internacional que afete os países membros da NATO.
Cenário geopolítico e reforço da defesa europeia
O exercício ocorre em um momento de aumento das preocupações com a segurança e a defesa na Europa, especialmente diante das tensões geopolíticas em regiões estratégicas, como o Leste Europeu e o Mediterrâneo. A NATO tem reforçado suas estruturas e capacidades defensivas para garantir a estabilidade entre os aliados e prevenir ações hostis em suas áreas de interesse.
A participação de Portugal nesse contexto demonstra não apenas o alinhamento do país com os objetivos da aliança, mas também a importância do Atlântico e da costa portuguesa como pontos estratégicos para operações navais no quadro da segurança euro-atlântica.
Dynamic Mariner/Flotex-25: uma operação de grande escala
A edição de 2025 do Dynamic Mariner/Flotex se consolida como um dos maiores treinamentos navais da NATO nos últimos anos. A operação reúne diversos tipos de embarcações militares, simulando situações reais de conflito e cooperação marítima internacional, com foco no aumento da resiliência e capacidade de resposta imediata.
Além das operações marítimas, os treinamentos contemplam a integração entre forças armadas dos diferentes países, inclusive nas áreas de comunicação, logística, comando tático e gestão de crises. A operação é considerada crucial para manter a prontidão das forças da NATO e garantir a proteção das rotas comerciais, recursos marítimos e fronteiras marítimas dos países aliados.
