Um projeto inovador está em desenvolvimento para criar o primeiro graneleiro do mundo movido a hidrogênio líquido. A embarcação promete revolucionar o transporte marítimo ao reduzir emissões de carbono e promover uma logística global mais limpa e eficiente.
Um consórcio de empresas holandesas, com apoio do governo, anunciou o desenvolvimento de um navio de carga movido a hidrogênio líquido.
A proposta é criar o primeiro graneleiro com emissão zero do mundo, operando de forma sustentável no Mar do Norte e em outras regiões.
A iniciativa faz parte do Maritime Masterplan, plano estratégico para descarbonizar o transporte marítimo europeu. O navio será projetado, construído e testado com o objetivo de mostrar que o uso do hidrogênio líquido na navegação é possível, seguro e viável.
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Um passo ousado rumo ao transporte limpo
O projeto é liderado pela Dutch Innovation Company (NIM) e gerenciado pela empresa Van Dam Shipping. A embarcação será destinada ao transporte de cargas a granel, com foco total na eliminação de emissões poluentes. Segundo os envolvidos, essa tecnologia poderá redefinir o setor naval.
“Ao integrar a tecnologia do hidrogênio com a inovação digital, estamos provando que o transporte com emissão zero não é apenas uma visão, é uma realidade alcançável”, disse Sander Roosjen, diretor de tecnologia da NIM.
No centro do projeto está o uso do hidrogênio líquido como fonte de energia. O navio contará com um sistema de armazenamento criogênico, desenvolvido para lidar com as temperaturas extremamente baixas exigidas por esse tipo de combustível.
Tecnologia integrada e segura
O sistema de propulsão será alimentado por células de combustível de hidrogênio, em conjunto com baterias. A ideia é fornecer energia limpa e segura. Além disso, haverá apoio de tecnologias auxiliares para melhorar a eficiência energética.
Entre essas inovações estão a propulsão assistida pelo vento e o reaproveitamento do calor gerado durante a operação. Tudo isso contribuirá para o menor consumo possível de hidrogênio.
Outra novidade é a integração de um digital twin, ou gêmeo digital. Trata-se de uma réplica virtual da embarcação, que permite acompanhar o funcionamento do navio em tempo real. Com isso, será possível otimizar o desempenho, prever falhas e aumentar a segurança das operações.
Superando barreiras técnicas e operacionais
O projeto H2ESTIA pretende provar que embarcações movidas a hidrogênio são tecnicamente possíveis e financeiramente viáveis. Mas não se trata apenas de tecnologia. Há desafios operacionais e regulatórios que também estão sendo considerados.
A certificação dos sistemas, o gerenciamento de riscos e o treinamento da tripulação são pontos-chave para a implantação comercial da tecnologia. O consórcio quer garantir que tudo seja feito de forma segura e regulamentada.
Para isso, o projeto reúne parceiros experientes. Entre eles estão TNO, MARIN, Universidade de Twente, Cryovat, EnginX, Encontech, a sociedade de classificação RINA e o Ministério Holandês de Infraestrutura e Gestão de Águas.