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Programa de submarinos (PROSUB) da Marinha do Brasil já entregou três unidades da classe Riachuelo e avança no desenvolvimento do SN-BR Álvaro Alberto. Orçamento limitado pode atrasar cronograma do submarino nuclear para 2040.
Lançado em 2008, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) é considerado uma das iniciativas mais estratégicas da defesa nacional. A parceria entre o Brasil e a França envolve transferência de tecnologia, construção local de submarinos e o inédito desenvolvimento do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear — o SN-BR Álvaro Alberto.
Com sede em Itaguaí (RJ), o programa vai além dos submarinos: também inclui um complexo de estaleiros, uma base naval e a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), que integram a infraestrutura industrial do projeto. Segundo a Marinha do Brasil, o PROSUB representa a consolidação da soberania marítima do país sobre a chamada Amazônia Azul.
Três submarinos do PROSUB já entregues e mais um em construção
O cronograma do PROSUB já resultou na entrega de três submarinos da classe Riachuelo:
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- S Riachuelo (S-40): lançado em 2018 e comissionado em 2022.
- S Humaitá (S-41): lançado em 2020 e incorporado à frota em 2024.
- S Tonelero (S-42): lançado no final de 2024 e em fase de testes.
O quarto submarino, o S Angostura (S-43), tem lançamento previsto para 2025. Todos foram construídos no Brasil com base no projeto francês Scorpène, adaptado para as necessidades da Marinha brasileira. Conforme destaca o site Naval, os submarinos têm 71 metros de comprimento, deslocamento de 1.870 toneladas e capacidade de operar a mais de 250 metros de profundidade.
SN-BR Álvaro Alberto: o salto nuclear brasileiro
O grande destaque do PROSUB é o desenvolvimento do SN-BR Álvaro Alberto, primeiro submarino brasileiro de ataque com propulsão nuclear. Ele está em fase de engenharia e tem previsão de lançamento entre 2034 e 2035 — caso o orçamento federal acompanhe as necessidades do projeto. Se não houver o repasse de R$ 1 bilhão por ano, a entrega poderá ser adiada para 2040, como alertou o comandante da Marinha em entrevista à CNN Brasil.
Segundo o portal Agência Gov, o submarino levará o nome do vice-almirante Álvaro Alberto, um dos pioneiros do programa nuclear nacional e presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A embarcação usará o reator nuclear compacto brasileiro, desenvolvido no Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).
Desafios financeiros ameaçam ritmo da construção
Apesar dos avanços, o PROSUB enfrenta gargalos orçamentários. O contingenciamento de verbas em 2024 já causou a demissão de cerca de 200 trabalhadores no estaleiro Itaguaí Construções Navais (ICN), como noticiado pelo UOL Economia. Mesmo com o impacto, a Marinha afirmou que o cronograma oficial não foi alterado — embora o custo final possa aumentar consideravelmente se os repasses continuarem instáveis.
A CNN Brasil destacou ainda que, com o atual ritmo de investimento, o SN-BR pode ter seu prazo estendido em mais de cinco anos, comprometendo a estratégia brasileira de se inserir no grupo de países com capacidade de dissuasão nuclear marítima — atualmente restrito a China, EUA, Reino Unido, Rússia, França e Índia.
