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EUA pedem o confisco de US$ 47 milhões da venda de petróleo iraniano escondido na Croácia

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 28/03/2025 às 16:08
petróleo
(foto de arquivo Janaf)

Os Estados Unidos entraram com um pedido formal para confiscar US$ 47 milhões gerados pela venda de petróleo iraniano supostamente escondido na Croácia. A medida faz parte do esforço americano para impor sanções ao Irã e coibir o comércio ilegal de petróleo.

Os Estados Unidos deram mais um passo em sua estratégia contra a indústria petrolífera do Irã.

O governo norte-americano entrou com uma ação judicial pedindo o confisco de US$ 47 milhões obtidos com a venda de petróleo iraniano.

O caso envolve uma operação que teria usado documentos falsos, manipulação de sinais de navios e ocultação da origem do produto. Tudo isso para esconder que o petróleo vinha do Irã.

Operação começou em 2022

De acordo com os promotores dos EUA, o esquema aconteceu entre 2022 e 2024. Um navio carregou aproximadamente um milhão de barris de petróleo no Irã.

Depois, o carregamento foi transferido de navio para navio três vezes até chegar à Croácia. Ali, o petróleo ficou armazenado antes de ser vendido.

O governo dos EUA afirma que documentos foram falsificados para indicar que o petróleo vinha da Malásia. Também teria havido manipulação dos sinais de rastreamento dos navios.

Além disso, foram feitos pagamentos em dólares americanos, usando instituições financeiras nos EUA. Essas instituições, segundo o processo, não sabiam que estavam lidando com petróleo iraniano.

Triliance é alvo constante dos EUA

A operação teria sido facilitada por empresas ligadas à Triliance Petrochemical Co., uma corretora com sede em Hong Kong. A Triliance já é conhecida das autoridades americanas.

Desde 2020, está sob sanções dos EUA. O motivo: segundo o governo americano, a empresa ajuda a financiar a Força Qods, uma divisão do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, considerada apoiadora de grupos terroristas.

Os EUA afirmam que a Triliance atua como empresa de fachada para escoar petróleo iraniano. As filiais da companhia operam em diversos países, como Emirados Árabes Unidos, China, Alemanha e o próprio Irã. Em 2019, os EUA já haviam rastreado operações semelhantes, com petróleo enviado aos Emirados e à China.

Reincidência aumenta pressão

Essa não é a primeira vez que a Triliance é alvo da Justiça americana. Em novembro de 2024, o mesmo Tribunal Distrital dos EUA, em Washington, ordenou o confisco de quase US$ 12 milhões ligados à empresa. Na época, os advogados do governo apresentaram uma série de transações e transferências de dinheiro feitas em 2020.

Além disso, em 2022, os EUA também miraram diretamente produtores de petróleo que teriam trabalhado com a Triliance. O objetivo, segundo as autoridades, é bloquear qualquer rede que ajude o Irã a driblar sanções internacionais.

Mensagem clara dos EUA

O procurador Edward Martin, responsável pelo caso, foi direto. Segundo ele, o processo mostra que burlar as sanções não é tão simples quanto “um jogo de conchas com petroleiros”. A frase indica que os EUA estão atentos às tentativas do Irã de manter sua indústria ativa apesar das restrições internacionais.

O processo judicial em andamento busca não só recuperar os US$ 47 milhões da venda de petróleo, mas também enviar uma mensagem: os EUA seguem comprometidos em rastrear e bloquear recursos que sustentem o setor energético iraniano, especialmente se ligados a atividades que consideram ilegais ou perigosas.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista com mais de uma década de experiência, especializado na cobertura de temas estratégicos como indústria naval, tecnologia, economia, geopolítica, setor automotivo, energia renovável e política. Desde 2015, atuo em grandes portais de notícias, com destaque especial para reportagens e análises sobre o setor naval, acompanhando de perto as tendências, desafios e inovações da indústria marítima nacional e internacional.

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