Projeto da dragagem em parceria com os portos de São Francisco do Sul e Itapoá permitirá o aprofundamento do canal da Baía da Babitonga e recuperação da faixa litorânea de Itapoá. Obra visa fortalecer economia regional, aumentar capacidade portuária e valorizar o turismo local.
O Governo de Santa Catarina, em conjunto com os portos de São Francisco do Sul e Itapoá, lançou um edital no valor de R$ 324 milhões para execução de um projeto de dragagem do canal externo da Baía da Babitonga, no litoral Norte do estado. A iniciativa permitirá a entrada de navios de até 366 metros de comprimento, os chamados navios gigantes, e utilizará os sedimentos retirados para o alargamento de praias em Itapoá, recuperando a linha costeira original da década de 1970. A informação foi divulgada pela coluna de Saavedra, no portal NSC Total, no dia 23 de março de 2025.
Além de ampliar a capacidade dos portos e atender às exigências do mercado logístico internacional, o projeto também terá impacto direto no meio ambiente e na economia turística da região, que tem enfrentado erosão costeira acelerada nas últimas décadas.
Parceria inédita entre portos públicos e privados
O edital representa uma parceria público-privada inédita no setor portuário catarinense. De acordo com a NSC, o Porto Itapoá será o responsável por antecipar o pagamento de tarifas de uso do canal para viabilizar os recursos necessários à dragagem. Essa estratégia permite que a obra avance sem depender exclusivamente de aportes públicos diretos ou recursos federais, aumentando a agilidade do cronograma.
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Segundo o governo estadual, esse modelo de cooperação entre os portos públicos e privados poderá servir como exemplo para outras regiões do país, especialmente em um momento em que obras estruturantes sofrem com burocracias e limitações orçamentárias.
Dragagem e alargamento de praias: detalhes técnicos do projeto
O projeto prevê o aprofundamento do canal de acesso da Baía da Babitonga de 14 para 16 metros, possibilitando a atracação de embarcações maiores e mais modernas, que já operam em rotas internacionais. Esse aprofundamento é considerado essencial para manter a competitividade dos portos catarinenses frente a outros terminais do Atlântico Sul, segundo informações do próprio governo estadual publicadas no NSC Total.
Os sedimentos da dragagem serão usados no alargamento de um trecho de 4,5 km da orla de Itapoá, recuperando a linha da costa registrada em 1979. Em algumas regiões, a nova faixa de areia poderá atingir até 186 metros de largura, protegendo construções urbanas contra o avanço do mar e criando um novo atrativo para o turismo.
Benefícios esperados para a economia e o meio ambiente
A expectativa do governo catarinense é que a dragagem e o alargamento das praias tragam benefícios imediatos para a economia regional. A entrada de navios maiores poderá atrair novas rotas internacionais de carga, aumentando o volume de exportações e importações por São Francisco do Sul e Itapoá. Segundo análise do próprio Porto Itapoá, a obra elevará significativamente a eficiência logística e a capacidade operacional dos dois terminais.
No setor ambiental, a recuperação da faixa litorânea é vista como uma forma de mitigar os efeitos da erosão costeira, que nos últimos anos tem impactado balneários do estado. A iniciativa também reduz o risco de alagamentos em áreas urbanas e abre margem para novos projetos de urbanização e mobilidade em áreas próximas à praia, conforme destacado por especialistas ouvidos pela NSC.
Cronograma, licenciamento e início das obras
Com a conclusão do licenciamento ambiental e o lançamento do edital para dragagem, a previsão é de que as obras tenham início no segundo semestre de 2025, com prazo estimado de 10 meses para finalização. A licitação seguirá os trâmites legais previstos para esse tipo de obra, e empresas interessadas já podem acessar os documentos no portal de licitações do Estado.
De acordo com a coluna de Saavedra, esse será um dos maiores investimentos portuários e de engenharia costeira da história recente de Santa Catarina. O governo estadual também aposta na geração de empregos diretos e indiretos durante a execução do projeto, além da movimentação econômica gerada pelo turismo na região após o alargamento das praias.