O transporte marítimo desempenha um papel vital no comércio mundial, enquanto o Brasil enfrenta desafios únicos, como ciberataques e crime organizado, em seus navios mercantes e portos.
O transporte marítimo sempre foi a espinha dorsal do comércio global, e dados recentes confirmam que ele continua a dominar o cenário. De acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), cerca de 80 a 90% do volume global de comércio é realizado através deste modal.
Isso equivale a aproximadamente 50 mil navios mercantes de mais de 150 países transportando cerca de 11 bilhões de toneladas de mercadorias por ano. No Brasil, um dos principais players nesta arena, o setor movimentou mais de 1,2 bilhão de toneladas em 2022, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Vulnerabilidades e Ameaças nos Portos Brasileiros
O Brasil não é apenas um dos principais atores no transporte marítimo, mas também um dos países mais vulneráveis a riscos de segurança associados a este setor. Os portos são epicentros de intensa atividade, não apenas de mercadorias mas também de pessoas. Essa mistura torna esses locais propícios a ameaças diversas, sejam elas de caráter político, social, econômico, tecnológico ou mesmo físico. Uma pesquisa conduzida pela Prosegur Research identificou que o país é líder na América Latina em número de ciberataques, roubos de carga e outras atividades criminosas que impactam o comércio marítimo.
O estudo também salienta que todos os portos estão sujeitos a ameaças adicionais, como ativismo trabalhista e migrações, que podem afetar negativamente as operações portuárias. Além disso, os riscos tecnológicos, como ataques cibernéticos, são cada vez mais prevalentes, assim como preocupações ambientais e desastres naturais. Há ainda a questão da segurança física, onde sabotagem e vandalismo podem ser uma realidade inquietante.
Investimentos em Tecnologia e Expansão de Infraestrutura
O avanço tecnológico no setor é palpável e vital para seu futuro. O relatório sugere que as principais tendências tecnológicas envolvem otimização de processos, aumento da eficiência e melhorias na segurança digital. Tecnologias emergentes como blockchain, inteligência artificial, simulação digital em tempo real e computação quântica estão sendo adotadas para tornar o sistema mais robusto e eficiente.
Após os desafios impostos pela pandemia da Covid-19, houve uma forte recuperação no setor de transporte marítimo na América do Sul. Investimentos significativos foram feitos em modernização e expansão, culminando na construção de terminais portuários mais eficientes e tecnologicamente avançados.
Para terminar em uma nota otimista, dados da Associação Brasileira de Barcos e seus Implementos (ACOBAR) projetam um ano recorde para o mercado náutico, com a criação de 120 mil postos de trabalho no Brasil, entre empregos diretos e indiretos.
Portanto, o transporte marítimo continua sendo um pilar do comércio mundial, e o Brasil é um participante crucial e ativo, embora ainda haja muito a ser feito em termos de segurança e eficiência.